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Qual é o valor normal de glicemia das crianças?

É importante identificar quando a taxa de glicose no sangue do pequeno está alterada - e qual a causa por trás disso

Por Isabelle Aradzenka
28 abr 2023, 12h28

Quando o exame de sangue da criança é realizado de forma adequada, não é comum, e nem esperado, que os valores de glicemia estejam alterados. Entretanto, caso isso aconteça, o ideal é esperar pela interpretação do pediatra, que deve realizar uma investigação mais aprofundada do quadro e afastar a suspeita de diabetes, explica Paulo Telles, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Qual o valor normal da glicemia para crianças?

Colhida em jejum, após 8 ou mais horas sem se alimentar, a glicemia em crianças (a partir de 1 ano de idade) tem valores semelhantes aos do adulto. É considerada normal entre 70 e 99 mg/dL. Já a glicemia pós-prandial, medida uma ou duas horas após a refeição, pode chegar a até 140 mg/dL, segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).

O nível da glicemia da criança está alto no exame

Em crianças sem o diagnóstico de diabetes, a glicemia pode se mostrar alterada – em valores mais altos – quando o jejum não é feito de forma correta para a coleta de sangue.

“É uma situação comum em exames da infância”, diz o pediatra. Além disso, certos tipos de atividade física, uso de medicamentos, processos infecciosos, doenças que gerem estresse ou, em adolescentes, alterações hormonais também são capazes de modificar os valores da glicose.

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Quando o valor da glicemia é preocupante?

Uma intolerância da criança à glicose pode ser apontada quando os valores da glicemia em jejum se encontram entre 100 e 125 mg/dL, ou entre 140 e 199 mg/dL na medição pós-prandial (duas horas depois da refeição). “É uma fase chamada de pré-diabetes. Muitas vezes, a glicemia ainda não está alterada, ou está pouco alterada”, explica Mônica Andrade Lima Gabbay, endocrinologista pediátrica e coordenadora do Departamento de Diabetes Tipo 1 na Pediatria da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Nesse período, a criança também pode apresentar pressão elevada, alteração dos níveis de gordura no sangue, como colesterol e triglicérides, e sinais de resistência à insulina, como o escurecimento das dobras do corpo. O quadro de pré-diabetes do tipo 2 pode ser revertido à medida que ela se alimente de maneira mais saudável e pratique atividade física, por exemplo.

criança medindo glicemia

Já a glicemia acima de 126 mg/dL em jejum, ou além de 200 mg/dL no valor pós-prandial é considerada diabetes. “A maioria das crianças com a doença apresenta o tipo 1, que é autoimune”, diz Mônica.

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No quadro, o próprio organismo destrói as células produtoras de insulina. Logo, desde o primeiro dia de diagnóstico, o pequeno precisará aplicar esse hormônio, que transporta o açúcar do sangue para as células.

O quadro não é reversível. Mas é possível descobrir o DM1 antes que a criança tenha sintomas claros da doença. “No tipo 1, já existe uma predisposição genética associada à presença dos anticorpos. A criança vai perdendo a capacidade de produzir insulina e pode, ainda, passar por gatilhos, como uma infecção importante, o uso de corticoides e situações de estresse intenso”, pontua a endocrinologista pediátrica.

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