Pré-eclâmpsia: entenda o que é a condição que fez cantora Lexa ser internada

Pré-eclâmpsia ocorre devido a um aumento da pressão arterial na gestação, podendo prejudicar o desenvolvimento do feto.

Por Da Redação
Atualizado em 5 fev 2025, 15h16 - Publicado em 5 fev 2025, 15h15
Mulher grávida com as duas mãos sobre a barriga.
 (Oscar Wong/Getty Images)
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 A gestação é marcada por uma série de desafios, tanto psicológicos quanto físicos, que podem causar grande impacto na saúde da gestante. Um problema comum nessa fase, por exemplo, é o surgimento de uma condição conhecida como pré-eclâmpsia, que afeta de de 5 a 10% das gestantes. “A pré-eclâmpsia é uma condição caracterizada pelo aumento da pressão arterial após a 20º semana e acompanhada de proteinúria ou sinais clínicos/laboratoriais de lesão de órgãos. Quando há apenas aumento pressórico, chamamos de hipertensão gestacional”, explica o ginecologista e obstetra Dr. Nélio Veiga Junior, Mestre e Doutor em Tocoginecologia pela UNICAMP.

“A pré-eclâmpsia deve ser monitorada de perto, pois, em casos graves, a condição pode prejudicar o desenvolvimento adequado da criança e a saúde da mãe, com complicações maternas, como acidente vascular cerebral (AVC), parto prematuro e até ser fatal, sendo que as síndromes hipertensivas são a principal causa de morte materna no Brasil.”

A causa exata da pré-eclâmpsia não é conhecida, mas, de acordo com o médico, acredita-se que esteja relacionada com uma falha no desenvolvimento dos vasos sanguíneos da placenta, por uma ativação inflamatória que afeta todo o organismo materno. “Sabemos também que a pré-eclâmpsia está diretamente relacionada a fatores como histórico pessoal ou familiar de hipertensão ou pré-eclâmpsia, idade acima dos 35 anos, gestação decorrente de reprodução assistida (fertilização in vitro), obesidade, diabetes e gestação gemelar”, destaca o ginecologista.

“A pré-eclâmpsia é, inclusive, recorrente em pacientes que se submeterem a procedimentos de reprodução assistida como a Fertilização In Vitro justamente por características comuns desses indivíduos e procedimentos, como a idade geralmente mais avançada das gestantes e a maior probabilidade de gêmeos” explica o ginecologista obstetra Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor clínico da Neo Vita.

Dada a gravidade da doença em estágios mais avançados, conhecido como eclâmpsia, é importante que gestantes que apresentam esse fatores de risco fiquem atentas aos sintomas da condição, que, muitas vezes, surgem de maneira repentina. “Sintomas da pré-eclâmpsia incluem inchaço, principalmente das pernas, dor de cabeça severa, alterações visuais, como surgimento de pontos brilhantes e visão turva, dores abdominais, especialmente na região do estômago”, acrescenta o Dr. Nélio, que diz que, em casos graves, a doença ainda causa convulsões, insuficiência cardíaca e renal.

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Ao notar tais sintomas, é importante buscar atendimento médico o mais rápido possível para receber o diagnóstico e tratamento adequado, evitando complicações tanto para a mãe quanto para o bebê. “O diagnóstico é realizado por meio da medição da pressão arterial, observação dos sintomas, avaliação do histórico clínico e familiar da paciente e realização de exames laboratoriais, tanto de sangue quanto de urina, para verificar a presença de proteína”, detalha o obstetra.

O médico alerta que, muitas vezes, a pressão alta na gravidez é assintomática e passa de maneira despercebida. “Por esse motivo é tão importante que o acompanhamento pré-natal seja realizado da maneira correta, com consultas e exames regulares.”

Com base no diagnóstico e na gravidade do quadro, o médico poderá recomendar o tratamento mais adequado para cada caso. “Em casos mais leves, por exemplo, apenas a adoção de um estilo de vida mais saudável, principalmente com relação à alimentação, controle do peso e atividade física regular. Além disso, o uso do ácido acetilsalicílico (AAS) e suplementação de cálcio são recomendados para reduzir  os riscos de desenvolver pré-eclâmpsia. Já nos casos mais graves, o tratamento geralmente é feito no hospital, com o uso de medicamentos para reduzir a pressão arterial e controlar o risco de convulsões”, afirma o especialista Dr. Nélio.

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A única solução definitiva para a pré-eclâmpsia é o parto. “Dependendo da idade gestacional do bebê e da gravidade do quadro, o médico também pode recomendar a antecipação do parto ou a interrupção da gravidez”, diz o Dr. Fernando Prado. “Por isso, o acompanhamento é tão importante para controle da condição. Dependendo da idade gestacional do bebê e da gravidade do quadro, o médico também pode recomendar a antecipação do parto ou até mesmo interrupção da gravidez”, finaliza o Dr. Nélio Veiga Junior.

FONTES: *DR. NÉLIO VEIGA JUNIOR: Médico ginecologista e obstetra, Mestre e Doutor em Tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/UNICAMP). CRM 162641 | RQE 87396 | Instagram: @neliojuniorgo

*DR. FERNANDO PRADO: Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. | Instagram: @neovita.br

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