Pintas: a partir de quando elas surgem no bebê e os sinais de alerta

Elas podem se desenvolver ao longo de toda a infância e a adolescência - e os pais devem estar atentos a qualquer indício de malignidade

Por Isabelle Aradzenka
1 set 2023, 14h24
bebê com pinta no braço sorrindo para a câmera
 (Cavan Images/Getty Images)
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Enquanto algumas pessoas consideram as pintas charmosas, outras podem não gostar muito das marquinhas que têm. O fato é que, em geral, não nos lembramos quando cada um dos nossos “nevos melanocíticos” apareceu, muito menos sabemos até quando novos deles surgirão pelo corpo. Mas a resposta é simples: a maioria das pintas começa a aparecer nos primeiros anos de vida e podem continuar a se desenvolver até o início da adolescência.

Desde o nascimento até os primeiros 2 anos, as pintas são chamadas de “congênitas”, explica Nadia Almeida, dermatologista e chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital Pequeno Príncipe. Normalmente, elas têm um componente familiar, ou seja, o fator principal que determina seu desenvolvimento é genético, porém a exposição solar também provoca o surgimento de novas lesões.

Cada criança é única e o ritmo de desenvolvimento de pintas pode variar de pessoa para pessoa. “É importante observar que a maioria é benigna e não representa uma preocupação médica”, ressalta Danilo Talarico (@drdanilotalarico), médico pós-graduado em Tricologia Médica e Cirurgia Capilar, Dermatologia Clínica e Cirúrgica, Medicina Estética e Perícia Médica.

Apesar disso, é fundamental monitorar qualquer alteração nas pintas da criança e do adulto, como mudanças de cor, tamanho, forma ou sintomas como coceira, sangramento e dor. A seguir, listamos as principais dúvidas sobre as marquinhas nos pequenos.

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(Pexels/Pexels)

Até quando as pintas crescem na infância?

Tanto as pintas congênitas quanto as adquiridas no período da adolescência podem ter aumento de tamanho, ainda que o fenômeno seja particularmente mais evidente nos primeiros anos de vida. “Podem ficar mais salientes e mais escurecidas”, diz Nadia. À medida que a criança envelhece, muitas das pintas tendem a se estabilizar no tamanho e na forma. “No entanto, é possível que algumas continuem a crescer, enquanto outras podem diminuir de tamanho com o passar do tempo”, explica Danilo. Esses sinais não indicam obrigatoriamente malignidade, contudo, é sempre importante acompanhar.

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A diferença entre pintas e marcas de nascença no bebê

As pintas são pequenas manchas ou lesões na pele que são resultado do acúmulo de células produtoras de pigmento, chamadas de melanócitos, diz o dermatologista. Já as marcas de nascença são formadas por vasos sanguíneos ou vasos linfáticos anormais na pele (que não se formam como deveriam). Elas estão presentes desde o nascimento e geralmente também são benignas. Podem ter várias cores e formas, um exemplo são as “manchas de vinho do Porto” (planas e de cor rosa ou vermelha) ou os hemangiomas, que apresentam elevação.

Pode remover pintas na infância?

Pintas com risco de trauma ou irritação (como as que nascem na planta do pé) ou que apresentam mudanças suspeitas e causam desconforto físico podem ser avaliadas para a remoção, mas isto não é obrigatório e nem indicado. Elas devem ser acompanhadas clinicamente pelo dermatologista da criança a cada 6 meses ou 1 ano, com aparelhos próprios para isso.

Criança pode ter melanoma?

Não é comum, mas sim. O melanoma representa de 1 a 3% das doenças malignas na infância e 2% dos casos da população são em crianças, de acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. Ele é o tipo mais grave de câncer de pele e ocorre quando os melanócitos se tornam cancerígenos – por isso, a importância de monitorar o desenvolvimento das marcas do pequeno.

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É mais comum em indivíduos de pele branca. Vale a pena ressaltar que pessoas com histórico familiar de melanoma devem ter um acompanhamento mais próximo, “e orientação quanto aos danos da exposição solar”, alerta Nadia. Para identificar o melanoma, é importante prestar atenção em alguns pontos:

  • A (Assimetria): verifique se a pinta é assimétrica, ou seja, uma metade é diferente da outra.
  • B (Bordas irregulares): as bordas de uma pinta benigna tendem a ser suaves e regulares. Pintas com bordas irregulares ou mal definidas podem ser um sinal de alerta.
  • C (Cor): múltiplas cores dentro de uma pinta ou uma cor que não é uniforme.
  • D (Diâmetro): embora o tamanho não seja o único indicador, pintas maiores podem ser consideradas suspeitas.
  • E (Evolução): fique atento a qualquer mudança na pinta, como crescimento, alteração de cor, coceira ou sangramento.
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