A Organização Mundial da Saúde divulgou no último dia 23 um alerta chamando a atenção para a comercialização de xaropes falsificados. Segundo a instituição, ao menos sete países relataram incidentes com medicamentos para tosse contaminados com altos níveis de dietilenoglicol (DEG) e etilenogicol (EG), que levaram à morte de 300 pessoas – a maioria, crianças com menos de cinco anos.
Essas substâncias, afirma a OMS em comunicado, são químicos tóxicos usados como solventes industriais e agentes anticongelantes que podem ser fatais até em pequenas quantidades, ou seja, jamais deveriam ser encontradas em remédios.
Desde que os incidentes começaram a ser relatados, três alertas médicos globais já foram emitidos pela Organização: em outubro de 2022, direcionado a um surto na Gambia, em novembro de 2022, à Indonésia, e em 11 de janeiro deste ano ao Uzbequistão.
Atenção à produção dos medicamentos
A orientação estabelece três ações essenciais: detectar e remover medicamentos contaminados de circulação comercial, aumentar a vigilância e a investigação da cadeia de produção em países e regiões com maior probabilidade de serem afetados, e a imediata notificação à OMS se produtos abaixo do padrão forem descobertos no país. Além disso, informar publicamente os perigos e os efeitos tóxicos que esses medicamentos apresentam também é uma prioridade.
Como os incidentes não foram casos isolados, a OMS chama a atenção para seus 194 Estados-membros, ao lançar cartilhas que orientam a ação de governos, farmacêuticas, distribuidores e outros. O objetivo é garantir a vigilância em todas as etapas da produção – desde a aquisição de suprimentos até a comercialização final.