O que significam os cordões de girassol e quebra-cabeças?
Fitas com esses desenhos buscam conscientizar sobre condições que não são óbvias à primeira vista, ajudando no convívio da infância à idade adulta
Talvez você já tenha visto uma criança ou até adulto usando uma fitinha no pescoço com símbolos como girassóis ou quebra-cabeças.
Cada vez mais populares nos últimos anos, as duas fazem parte de iniciativas que buscam conscientizar sobre condições que a pessoa tem, mas não são perceptíveis a um primeiro olhar, do transtorno do espectro autista (TEA) a deficiências. Conhecer o que elas significam ajuda não só a entender melhor essas alterações, mas a propiciar uma experiência mais inclusiva no cotidiano.
O que significa a fita do quebra-cabeça?
O cordão do quebra-cabeça tem sido utilizado como um padrão internacional para identificar pessoas com TEA. Com o aumento da conscientização sobre o autismo, bem como o entendimento de que ele ocorre em um espectro (ou seja, nem sempre apresentará as esteorotipias normalmente associadas ao transtorno), tem sido cada vez mais frequente encontrar esse símbolo em ambientes públicos – oferecendo tanto áreas adaptadas para crianças com TEA quanto prioridade em filas, por exemplo.
Apesar da popularidade, o quebra-cabeça como símbolo para o autismo tem gerado certa controvérsia, inclusive entre pessoas dentro do espectro. O símbolo surgiu originalmente nos anos 1960 e buscava representar a dificuldade de compreender o autismo na época – mas também gerou interpretações mal vistas de que a condição representaria a “falta de uma peça” no quebra-cabeças, que seria a “cura”.
Fora do Brasil, há campanhas pela substituição do símbolo. No entanto, ele continua sendo a forma mais reconhecível de identificar pessoas no TEA. Uma maneira alternativa e reconhecida em lei é o uso da fita de girassóis.
E a fita de girassóis, o que significa?
Ainda menos conhecido que a do quebra-cabeças, o cordão verde com desenhos de flores de girassol representa as chamadas “deficiências ocultas” – que inclui deficiências auditivas, visuais, intelectuais e até mesmo o próprio espectro autista.
A ideia é dar uma forma de identificar a necessidade de possíveis adaptações nos ambientes que a pessoa frequenta, quando isso não é tão óbvio a um primeiro olhar como no caso de uma deficiência física, por exemplo.
Segundo os criadores, o girassol foi escolhido como um símbolo de resiliência, devido à grande adaptação da flor, que é capaz de se desenvolver em condições adversas de solo e clima. No Brasil, a fita com desenhos de girassóis foi instituída por lei como “símbolo nacional de identificação de pessoas com deficiências ocultas” em 2023, sendo parte do Estatuto da Pessoa com Deficiência.