A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) lançou recentemente um documento de orientações aos médicos e pais para prevenir a síndrome da morte súbita do lactente. O quadro, abreviado na sigla SMSL, representa a morte do bebê durante o primeiro ano de vida de maneira abrupta e sem causa aparente, geralmente durante o sono.
É uma ocorrência rara, sobre a qual não há dados brasileiros. Nos Estados Unidos, 38 em cada 100 mil bebês foram vítimas da síndrome em 2016, dado mais recente do CDC, centro de controle de doenças do país. Nos últimos anos, o conhecimento sobre a SMSL aumentou consideravelmente, e mais de 70 causas já foram associadas ao problema.
Os fatores mais importantes, contudo, estão relacionados à maneira como a criança dorme. Obstáculos na cama, como travesseiros e cobertas, por exemplo, podem fazer com que o bebê sufoque durante o sono. É esse o foco do documento da SBP, que leva em consideração estudos do mundo todo e as orientações da Associação Americana de Pediatria.
Veja a seguir algumas das principais recomendações da entidade:
- Crianças de até 1 ano devem ser colocadas para dormir de barriga para cima, sem travesseiros no berço.
- A superfície onde o bebê dorme deve ser firme, coberta com um lençol de elástico e sem objetos soltos.
- Segura-bebês e outros dispositivos que seguram o corpo em determinada posição devem ser evitados. Produtos do tipo foram banidos das lojas dos Estados Unidos em 2017.
- O filho deve dormir até pelo menos o sexto mês de vida no quarto dos pais, mas em camas separadas. A cama compartilhada é contraindicada pelo risco de acidentes durante o sono.
- Usar roupas quentinhas no lugar de cobertas e lençóis, mas sem tocas ou outros acessórios que cubram a cabeça.
- O aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida também protege contra a síndrome.
- Evitar a exposição à fumaça de cigarro na gravidez e, depois, no ambiente onde o bebê estiver. O mesmo vale para o consumo de álcool.
A SBP aponta que os conselhos valem especialmente para o grupo em maior risco de ser acometido pela SMSL: menores de 3 meses de vida, prematuros e filhos de pais tabagistas ou que consomem álcool e drogas ilícitas.
O documento também destaca que o pediatra é responsável por incentivar as práticas seguras, uma vez que há barreiras para os pais na adoção delas, como a falta de informações sobre cuidados no sono, dificuldades financeiras e crenças populares sobre o tema, como a que diz que deitar de barriga para cima é mais perigoso para o bebê.