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Istmocele: o que é e por que pode causar infertilidade?

Condição costuma estar associada à má cicatrização decorrente de cesarianas e pode ocasionar complicações

Por Gabriel Bortulini
6 nov 2024, 07h00
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A istmocele pode causar infertilidade em uma segunda gravidez, devido às alterações no corpo da gestante (shurkin_son/Freepik/Reprodução)
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Geralmente associada a cesarianas, a istmocele é uma alteração na camada muscular uterina. Trata-se de uma cicatrização inadequada na parte inferior do útero – chamada istmo.

Essa falha forma uma pequena “bolsa” na parede do útero, podendo causar infertilidade e outras complicações, podendo ou não ser sintomática.

Por que ocorre?

As causas da istmocele ainda não são bem conhecidas. Entretanto, seu surgimento costuma estar associado à má cicatrização decorrente de algumas cirurgias, principalmente de cesarianas prévias.

A cicatrização anormal causa a falha em formato de “bolsa” na parede anterior do miométrio, constituída por tecido muscular.

Sintomas

A istmocele pode ser assintomática. Nos casos sintomáticos, alguns sinais são mais frequentes:

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  • Prolongamento da menstruação;
  • Sangramento uterino anormal;
  • Infecções pélvicas;
  • Sangramento pós-menstrual, escapes ou sangramentos irregulares entre as menstruações;
  • Dor pélvica durante ou fora dos períodos menstruais;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Retenção de fluidos e corrimento vaginal anormal.

Consequências

A istmocele pode causar infertilidade secundária, por várias razões:

  • A retenção de sangue menstrual: pode causar inflamações como a endometrite, que dificulta a implantação do embrião;
  • Prejuízo no transporte dos espermatozoides: a falha dificulta o trânsito dos espermatozoides até o útero, diminuindo as chances de fecundação;
  • Dificuldade na implantação do embrião, por conta de um ambiente endometrial impróprio;
  • O útero pode ser incapaz de manter a gravidez, por conta das alterações de contração;
  • A quantidade de muco cervical também pode ser impactada, dificultando o transporte dos espermatozoides.
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Além disso, outras complicações podem ocorrer por conta da istmocele, como uma gravidez ectópica, na qual o embrião se aloja na cicatriz.

Diagnóstico

O diagnóstico requer exames de imagem, mesmo nos casos em que há sintomas presentes. Entre os exames mais comuns, estão a ultrassonografia, ressonância magnética da pelve e histeroscopia.

Tratamento

O tratamento pode ser conservador, em que é realizado apenas o acompanhamento da condição e suas possíveis evoluções ou complicações. Geralmente, é indicado para quem já não deseja engravidar e não apresenta sintomas.

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Em casos de sangramentos irregulares, o uso de anticoncepcionais pode ajudar a controlar os sintomas, embora não trate a condição em si.

Para mulheres que desejam engravidar, contudo, há algumas opções cirúrgicas, como a histeroscopia, laparoscopia ou a cirurgia robótica. A recomendação vai depender de fatores como presença de sintomas e tamanho da falha e deverá ser orientada por um especialista.

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