Icterícia em recém-nascidos: sintomas e quando procurar ajuda médica

Comum nos primeiros dias de vida, a icterícia neonatal é marcada pelo tom amarelado da pele e olhos

Por Redação Pais e Filhos
25 jan 2025, 07h00
Bebê recém nascido com Icterícia
 (Ulitko Anastasiia/Getty Images)
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A icterícia é uma condição comum e geralmente benigna que afeta a maioria dos bebês recém-nascidos, especialmente nos primeiros dias de vida. Caracterizada pela coloração amarelada da pele e dos olhos, ela ocorre devido ao aumento da bilirrubina no sangue, uma substância que é produzida pela decomposição dos glóbulos vermelhos. Embora não seja motivo de grande preocupação na maioria dos casos, a icterícia deve ser monitorada de perto, pois algumas situações exigem tratamento médico.

O que é icterícia e como ela surge?

A icterícia acontece quando a bilirrubina, que é formada durante o processo de destruição dos glóbulos vermelhos, não é eliminada adequadamente pelo fígado. Essa substância é processada e excretada pelo órgão, mas nos recém-nascidos, o fígado ainda está em desenvolvimento e pode ter dificuldade em realizar essa função de forma eficiente.

A bilirrubina se apresenta em duas formas:

  • Bilirrubina indireta ou não conjugada: formada pela decomposição dos glóbulos vermelhos e transportada para o fígado.
  • Bilirrubina direta ou conjugada: resultado do processamento da bilirrubina pelo fígado, que a prepara para ser excretada.

Principais causas da icterícia no recém-nascido

Existem diferentes causas para a icterícia, e as mais comuns incluem:

  1. Icterícia fisiológica: ocorre em cerca de 60% dos recém-nascidos entre 24 e 36 horas após o nascimento, devido ao desenvolvimento imaturo do fígado.
  2. Icterícia do leite materno: surge após 10 dias de vida em bebês que estão em aleitamento exclusivo, devido a substâncias no leite que aumentam a reabsorção da bilirrubina no intestino.
  3. Decomposição excessiva de glóbulos vermelhos: uma condição mais grave, causada por problemas como anemia falciforme, incompatibilidade entre o sangue do bebê e da mãe ou outras doenças genéticas.
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Como identificar os sintomas de icterícia

Os pais devem estar atentos a sinais como:

  • Pele com coloração amarelada.
  • Parte branca dos olhos (esclera) amarela.
  • Mucosa da boca com tom amarelado.
  • Urina escura.

A condição costuma ser percebida a partir do segundo dia de vida, mas em prematuros, pode surgir no quinto dia. Uma forma de verificar em casa é pressionar levemente o peito do bebê; se a pele mudar para amarelo, é importante buscar orientação médica.

Diagnóstico da icterícia no recém-nascido

O diagnóstico pode ser feito através de exames como:

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  • Bilicheck: utiliza uma luz na testa do bebê para medir a bilirrubina de forma não invasiva.
  • Exame de sangue: analisa os níveis de bilirrubina direta e indireta.

Quando a icterícia exige atenção médica?

Apesar de ser comum, a icterícia precisa ser avaliada em algumas situações:

  • Aparecimento nas primeiras horas de vida.
  • Aumento rápido dos níveis de bilirrubina em 24 horas.
  • Presença de fezes branca ou esclera com coloração marrom.

Tratamentos para icterícia no bebê

O tratamento depende do nível de bilirrubina no sangue e da gravidade da condição:

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  1. Banho de sol: a luz natural ajuda na quebra da bilirrubina, facilitando sua eliminação pelo organismo.
  2. Fototerapia: indicada em casos moderados, consiste em expor o bebê à luz azul, que ajuda a converter a bilirrubina em uma forma mais fácil de ser excretada.
  3. Exsanguineotransfusão: usada em situações graves, é um procedimento que substitui o sangue do bebê por sangue de um doador, reduzindo rapidamente os níveis de bilirrubina e corrigindo possíveis anemias.

Possíveis complicações da icterícia não tratada

Quando não tratada adequadamente, a icterícia pode levar ao acúmulo excessivo de bilirrubina no cérebro, causando querníctero, uma condição rara que pode resultar em paralisia, atraso no desenvolvimento, convulsões, perda de audição ou até morte.

A icterícia pode ser transmitida pelos pais?

A condição não é contagiosa. No entanto, pode haver predisposição genética devido a doenças metabólicas, hematológicas ou hepáticas na família. O excesso de bilirrubina da mãe não atravessa a placenta, mas fatores hereditários podem influenciar o quadro do bebê.

O que fazer para prevenir complicações?

Acompanhar o bebê de perto, seguir as orientações do pediatra e realizar exames de rotina são medidas essenciais para evitar problemas. Embora rara, a icterícia grave exige atenção redobrada para garantir o bem-estar do bebê.

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