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Contato com germes pode prevenir leucemia na infância, aponta estudo

A análise incluiu os baixinhos que se desenvolveram em ambientes mais limpos no primeiro ano de vida e que não interagiram tanto com outros pequenos.

Por Luísa Massa
Atualizado em 23 Maio 2018, 18h49 - Publicado em 23 Maio 2018, 18h27

Você sabia que entrar em contato com germes na infância pode prevenir a leucemia linfoblástica aguda (LLA), que atinge 300 mil crianças no mundo? É isso que uma pesquisa publicada na última segunda-feira, 21, no periódico Nature Reviews Cancer, do Reino Unido, mostrou. Para chegar a esse resultado, os cientistas se dedicaram a estudar a questão durante 30 anos – observando fatores como genética, imunologia e biologia celular.

Eles descobriram que esse tipo de câncer, que é o mais comum em crianças, geralmente é provocado por duas razões: a mutação genética que ocorre antes do nascimento e presdispõe o problema e também o fato dos pequenos contraírem infecções tardiamente. A análise desse segundo grupo incluiu os baixinhos que se desenvolveram em ambientes mais limpos no primeiro ano de vida e que não interagiram tanto com outras crianças.

Mel Greaves, um dos autores do estudo, defende que uma das medidas eficazes é justamente expor os pequenos aos micróbios. Segundo ele, a enfermidade pode ser evitada se essa orientação for seguida. “A pesquisa sugere fortemente que o câncer tem uma clara causa biológica e é desencadeado por uma variedade de infecções em crianças predispostas em que os sistemas imunológicos não foram adequadamente preparados”, afirmou em um comunicado.

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Apesar da influência da genética, a pesquisa também apontou que são poucas as crianças que têm a mutação e desenvolvem a doença: apenas 1%. Alguns estudos anteriores relacionaram a leucemia com fatores que fazem parte da vida moderna – como a poluição e ondas eletromagnéticas -, mas Mel rejeitou essa hipótese. Para ele, o que faz diferença é o bebê entrar em contato no primeiro ano com infecções que fortalecerão o seu sistema imunológico.

Vale ressaltar que essa questão não se aplica para outros tipos de leucemia – como a mieloide aguda. É claro que o artigo traz informações inéditas e importantes, mas especialistas afirmam que serão necessários mais estudos para embasar o argumento principal apresentado e reforçam que a higiene é essencial. Também por esse motivo é necessário conversar com o pediatra do pequeno sobre o assunto para abordar os benefícios e as consequências da atitude.

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