Endometriose: como identificar, tratar e viver bem com o diagnóstico
Entenda melhor como funciona a condição que afeta 15% das mulheres em idade reprodutiva
A endometriose é uma condição que afeta cerca de 7 milhões de mulheres no Brasil e no mundo, caracterizada pelo crescimento anormal do endométrio – tecido que reveste o útero – fora do órgão. Geralmente, esse tecido se espalha para áreas como trompas, ovários, intestino e bexiga, o que pode levar a dores intensas e outras complicações.
O que é a endometriose?
A endometriose ocorre quando o tecido que normalmente reveste o interior do útero se espalha para outras regiões do corpo, como a cavidade pélvica. Esse tecido, que deveria ser eliminado durante a menstruação, permanece nesses locais, causando inflamação e dores intensas. A condição afeta até 15% das mulheres em idade reprodutiva, e seu diagnóstico ainda é um desafio, sendo comum que as mulheres consultem vários especialistas antes de chegar a um veredicto preciso.
Principais sintomas
Os sintomas da endometriose variam, mas alguns sinais comuns são:
- Dores menstruais intensas: Cólica menstrual forte, que pode afetar a rotina diária.
- Dor nas relações sexuais: O desconforto ao ter relações pode indicar o problema, especialmente se persistente.
- Dificuldade para engravidar: A endometriose é responsável por cerca de metade dos casos de infertilidade feminina.
- Outros sintomas: Algumas mulheres relatam dor ao urinar ou evacuar, além de desconforto abdominal constante, especialmente durante o ciclo menstrual.
Como acontece?
A causa exata da endometriose ainda não é completamente compreendida, mas fatores genéticos, imunológicos e hormonais desempenham um papel importante. O crescimento do endométrio fora do útero pode ocorrer logo no início da vida reprodutiva da mulher, mas, como muitos dos sintomas coincidem com desconfortos menstruais comuns, o diagnóstico é frequentemente atrasado.
Diagnóstico
O diagnóstico da endometriose pode levar anos para ser confirmado. Exames de ultrassom, ressonância magnética e exames de sangue podem auxiliar na identificação da doença, mas a confirmação geralmente é feita através de uma laparoscopia – um procedimento minimamente invasivo que permite ao médico observar os órgãos internos e identificar o tecido endometrial fora do útero.
O diagnóstico precoce é importante para iniciar o tratamento e evitar que a condição afete outras áreas da saúde. Embora a endometriose possa surgir ainda na adolescência, o diagnóstico costuma ser feito mais tardiamente, muitas vezes quando a mulher já enfrenta dificuldades para engravidar ou sente dores intensas.
Posso engravidar?
A endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina. No entanto, isso não significa que todas as mulheres com a condição terão problemas para engravidar. A infertilidade depende da gravidade e da extensão da doença, e existem tratamentos que podem aumentar as chances de gravidez. Em muitos casos, o diagnóstico não representa uma impossibilidade de engravidar, mas sim um fator a ser considerado com atenção ao buscar métodos para conceber.
Opções de tratamento
Os tratamentos para endometriose podem incluir o uso de medicamentos, terapia hormonal e cirurgia. Nos últimos anos, a cirurgia laparoscópica tem sido um tratamento de destaque, pois permite a remoção dos focos de endometriose com precisão. Ao contrário do tratamento com hormônios, a laparoscopia avançada pode proporcionar alívio duradouro dos sintomas, especialmente quando a endometriose é removida de maneira completa.
Outros tratamentos incluem:
- Terapia hormonal: Para algumas mulheres, pode ajudar a reduzir a progressão da doença e aliviar os sintomas, mas pode vir acompanhada de efeitos colaterais.
- Atividade física e redução do estresse: Práticas regulares de exercícios podem ajudar a aliviar a dor e a melhorar a qualidade de vida. A redução do estresse também pode ajudar no manejo dos sintomas.
- Cirurgia: Em casos mais graves, a cirurgia para remoção dos focos de endometriose é recomendada. É um procedimento avançado, feito para eliminar o tecido endometrial fora do útero.
Cada caso é único, e o plano de tratamento deve ser adaptado à gravidade da condição e às necessidades da paciente.