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É verdade que bebês podem nascer enroscados no DIU?

A dúvida voltou à tona após uma foto de um recém-nascido segurando o dispositivo ultrainterino nas mãos viralizar na internet.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 23 jan 2023, 17h14 - Publicado em 14 jul 2020, 16h50
 (Juliana Pereira/Bebê.com.br)
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“Só engravida quem quer!”. Possivelmente, você já ouviu essa frase em alguma discussão envolvendo métodos contraceptivos e, consequentemente, a ideia de que gestações só acontecem por descuido dos envolvidos. Entretanto, não se deve generalizar.

Recentemente, a internet foi palco de mais uma foto viral sobre o assunto. Dessa vez, o protagonista do clique foi um bebê nascido no Hospital Hai Pong, no Vietnã, que repercutiu nas redes sociais por aparecer segurando um dispositivo intrauterino (DIU).

A imagem foi feita pelo obstetra Tran Viet Phuong, quem acompanhou o parto da mãe de 34 anos. Ela usava o método para evitar a gestação há dois anos e já era mãe de duas crianças. O especialista explicou que o dispositivo saiu logo após o nascimento do bebê e, em seguida, ele o segurou. A situação chamou sua atenção, o que o levou a fotografar o recém-nascido.

O caso relembrou outra situação de 2019, nos Estados Unidos, em que um bebê veio ao mundo com um DIU enroscado no cabelo. Os relatos da época foram de que os médicos precisaram lavar os fios do pequeno com cuidado para conseguir tirar o dispositivo. Mas será que estas duas situações são mesmo possíveis?

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Maurício Abrão, chefe da Ginecologia Avançada do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e Secretário-Tesoureiro da AAGL (Elevating Gynecologic Surgery), explica que as duas circunstâncias são incomuns.

“O DIU aparecer junto do bebê, no final do parto, é uma raridade absoluta. Isso porque o dispositivo que fica dentro do útero normalmente não fica em contato direto com o bebê, mas com a placenta que preenche toda a cavidade uterina. Eventualmente, na hora da ruptura de bolsa, ele pode enroscar no bebê e vir com ele. Mas não é frequente!”, detalha o especialista.

O ginecologista lembra que as taxas de gravidez com o dispositivo são pequenas – menos de um, dois porcento. “Se a mulher engravida com o DIU e percebemos, existe uma tendência do médico em retirá-lo com muita cautela no começo da gravidez para tentar evitar os problemas que podem surgir a seguir”, contextualiza Maurício, uma vez que o dispositivo no organismo alerta para possíveis problemas como infecções no início da gravidez, sangramentos e ruptura de bolsa prematura. Já para gestações mais desenvolvidas, o médico explica que a decisão tende a ser de não retirar o dispositivo.

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