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É verdade que a cólica menstrual melhora depois da gravidez?

Caso as contrações uterinas antes da gestação eram intensas por causa de doenças, como endometriose, a resposta pode ser sim.

Por Alice Arnoldi
17 nov 2020, 17h22

A menstruação atrasada é um dos principais sinais de que um bebê está a caminho. Caso o teste da farmácia ou de sangue dê positivo, ela permanece nesse estado de “até logo!” durante os nove meses de gestação e também quando há o aleitamento materno exclusivo após o parto. Já quando as mamadas começam a ficar espaçadas, a tendência é que a mulher dê boas-vindas ao retorno do período menstrual, que pode trazer consigo as famosas cólicas.

Para entender se esse é o momento que você está vivendo, Erika Kawano, ginecologista e obstetra, explica que é preciso ter em mente que cada organismo feminino funciona de uma forma. Mas que entre todas as variações que ele pode ter, a mais enfática está ligada ao aleitamento materno.

“Quando a mulher amamenta, ela produz um hormônio chamado prolactina. Na grande maioria das vezes, principalmente se as mamadas são exclusivas, ele acaba inibindo a ovulação e, consequentemente, a mulher fica sem menstruar nesse período”, pontua a ginecologista.

Assim, a média que se faz é que mulheres que não realizam o aleitamento materno tendem a voltar a menstruar um ou dois meses após o parto. Já as que amamentam tendem a ter o sangramento mensal apenas quando se começa a diminuir a produção de leite materno e, consequentemente, dos níveis de prolactina. Isso acontece, por exemplo, com a chegada da introdução alimentar do bebê.

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Mas as cólicas são mais tranquilas mesmo?

Após uma gestação, é comum que se fale sobre um período menstrual mais leve, com menos cólica. Mas isso é parcialmente verdade. Erika esclarece que essa mudança pode acontecer em mulheres que apresentam doenças que mudam de comportamento após as oscilações hormonais da gravidez.

“Se a mulher antes da gestação tinha bastante cólica, principalmente por endometriose ou adenomiose, o estímulo hormonal, principalmente da progesterona em altas dosagens, acaba diminuindo as dores depois de uma gravidez”, detalha a médica.

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Agora, se a contração do útero não estiver ligada a nenhuma doença, a tendência é que a mulher volte a ter o mesmo tipo de padrão de dor após a gestação.

O mesmo vale para o fluxo

Para falarmos do retorno total da menstruação, isso só é possível quando a mulher já parou de amamentar por completo. “Pode ser que ele fique irregular nos primeiros dois, três meses, mesmo não amamentando mais. E o fluxo pode variar bastante: pode ser mais leve, ou vir um pouco mais intenso”, detalha a ginecologista.

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Depois desse período, a tendência é que o ciclo menstrual volte a ser como era antes da gestação, salvo às exceções de mulheres com doenças, como endometriose, em que a carga hormonal da gestação também favorece a redução de sintomas como fluxo intenso. Erika aconselha que se essa desregulação passar de três meses, é importante que a mulher procure por um especialista.

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