Descolamento de placenta: causas, riscos e sinais de alerta
Saiba quais os sinais de riscos e quando você deve ir para o hospital

O descolamento prematuro de placenta (DPP) é uma condição séria e rara que pode ocorrer durante a gestação, afetando a saúde da mãe e do bebê. Apesar de ser incomum, a ocorrência exige atenção imediata, já que a placenta desempenha funções essenciais para o desenvolvimento do bebê.
O que é descolamento prematuro de placenta?
O DPP acontece quando a placenta se descola da parede do útero antes do parto. A placenta é responsável por garantir a troca de nutrientes e oxigênio entre a mãe e o bebê. Quando ocorre o descolamento, essas trocas são interrompidas, o que pode representar um risco significativo, especialmente no terceiro trimestre de gestação, quando o problema costuma acontecer.
A condição é presente em cerca de uma a cada mil gestações. O sangramento entre a placenta e o útero é uma característica frequente nesses casos, podendo gerar complicações graves.
Principais funções da placenta
- Fornecer oxigênio e nutrientes ao bebê
- Estimular a produção de hormônios importantes para a gestação
- Proteger o bebê contra impactos externos
- Oferecer proteção imunológica
- Eliminar resíduos metabólicos produzidos pelo bebê
A placenta é formada a partir de células do útero e do bebê, e seu crescimento acompanha o desenvolvimento gestacional. Ela é eliminada após o parto, seja cesárea ou vaginal.
Como identificar o descolamento de placenta
Os sinais do DPP são claros e devem ser tratados como emergência médica:
- Sangramento vaginal de cor vermelho vivo
- Dor pélvica intensa
- Contração do útero, que permanece rígido ao toque
O diagnóstico não depende de exames de imagem, pois a condição exige uma ação imediata. Caso os sintomas estejam presentes, a orientação é procurar um hospital para que o parto seja realizado o mais rápido possível.
Causas do descolamento prematuro de placenta
Ainda não se sabe exatamente o que provoca o DPP, mas algumas condições aumentam a predisposição, como:
- Pré-eclâmpsia e eclâmpsia
- Doenças hipertensivas na gravidez
- Trombofilias
- Síndromes antifosfolípide
- Problemas de coagulação
Apesar dessas condições estarem associadas ao DPP, nenhuma delas é determinante para que o problema aconteça, reforçando o caráter raro dessa ocorrência.
Riscos do descolamento de placenta
O DPP representa um risco significativo para o bebê e, em casos graves, pode resultar em óbito fetal intraútero se o parto não for realizado a tempo. Para a mãe, o principal risco está na hemorragia intensa, que pode causar complicações graves.
Por isso, é fundamental que o acompanhamento gestacional identifique possíveis fatores de risco, como hipertensão ou distúrbios de coagulação, para que sejam monitorados de perto.
Diferença entre DPP e outros sangramentos na gravidez
É importante diferenciar o descolamento prematuro de placenta de outros tipos de sangramento. No início da gestação, é comum ocorrer a hemorragia do primeiro trimestre, relacionada ao descolamento ovular. Essa condição é diferente do DPP, já que a placenta só está completamente formada a partir das 16 semanas de gestação.
Além disso, sangramentos leves e escuros próximos ao final da gravidez são comuns e não devem ser motivo de preocupação. O alerta está em sangramentos intensos, de cor vermelho vivo, acompanhados de dor e contração uterina.
Existe prevenção para o descolamento prematuro de placenta?
Infelizmente, o DPP não pode ser prevenido, mas a atenção ao pré-natal e o monitoramento de condições como hipertensão e distúrbios de coagulação são importantes para minimizar os riscos.
O que acontece com a placenta após o parto?
Após o nascimento do bebê, a placenta é expelida naturalmente ou removida em caso de cesárea. Em algumas culturas, há o costume de dar destinos alternativos à placenta, como a placentofagia. No entanto, em muitos locais, o órgão é tratado como descarte hospitalar.
Consultoria: Dr. Igor Padovesi, ginecologista e obstetra