No mês mundial de prevenção do câncer de mama, além de ressaltar a importância do diagnóstico precoce deste tipo de câncer – que é o segundo mais recorrente entre as mulheres em todo o mundo – vale abordar uma questão que muitas vezes é deixada de lado: a preservação da fertilidade.
Embora muitos médicos ainda não orientem seus pacientes, os tratamentos oncológicos de quimio e radioterapia afetam diretamente as células germinativas, que dão origem aos óvulos e aos espermatozoides, podendo causar infertilidade. Se a mulher deseja ter um filho após o tratamento contra o câncer, suas chances podem estar comprometidas. Por isso, o plano de uma gravidez futura deve ser tratado entre o paciente, o oncologista e um especialista em reprodução assistida.
Nos últimos anos, a população mundial tem apresentado maior incidência de casos de câncer e boa parte destes pacientes está em idade reprodutiva. A boa notícia é que, em grande parte dos casos, a detecção da doença em fases iniciais aumenta a chance de tratamento e cura – daí a importância da realização do autoexame, do exame clínico e da mamografia.
Atualmente, o tratamento de preservação da fertilidade conta com técnicas avançadas de reprodução assistida, dando à mulher um tempo hábil para começar a quimio ou a radioterapia sem atrasos. Entre outros fatores, o método escolhido vai depender da idade da paciente e do tipo de câncer. Quando o indicado é o congelamento de óvulos ou de embriões, o procedimento pode ser realizado entre 10 e 15 dias antes do início do tratamento oncológico, em qualquer fase do ciclo, sem que a mulher precise esperar até a próxima menstruação. Já nos casos em que é utilizado o congelamento de tecidos do ovário, em dois dias ela estará liberada para prosseguir na luta contra o câncer, em busca pela cura da doença.