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Comer placenta não traz benefícios, aponta pesquisa

Segundo estudo americano, não há evidências científicas de que a prática previne a depressão pós-parto ou alivia a dor - como tem sido propagado por aí.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 28 out 2016, 04h55 - Publicado em 8 jun 2015, 17h09

A ideia de que comer a placenta após o parto traria benefícios para a saúde tem feito a cabeça de muitas mulheres que esperam um bebê. Celebridades como Alicia Silverstone e Jennifer Lopez não só fizeram isso como passaram a defender que outras pessoas tivessem essa experiência. Recentemente, a socialite Kim Kardashian declarou, em seu site, que pretende congelar a sua placenta e comê-la em formato de pílulas. Ela deu à luz, no dia 5 de dezembro, seu segundo filho, Saint West. 

Acontece que, ao contrário do que Kim e muitas outras mulheres acreditam, não há evidências de que a placentofagia (ato de ingerir a estrutura responsável por abrigar e nutrir o bebê durante a gravidez) oferece vantagens como evitar a depressão pós-parto, aliviar a dor, aumentar o leite materno ou fortalecer o instinto maternal. E isso foi demonstrado em uma pesquisa publicada no periódico científico Archives of Women’s Mental Health, no dia 4 de junho de 2015.

No trabalho conduzido por pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, foram revisados dez estudos sobre placentofagia – quatro com humanos e seis com animais. Nas investigações feitas com seres humanos, os resultados não eram conclusivos quanto aos efeitos da ingestão da placenta na contração uterina, no ciclo do estrogênio ou na lactação. No caso das pesquisas com animais que sugeriam benefícios da prática, ainda seria necessário avaliar os efeitos em mulheres. 

Para completar, os estudiosos americanos notaram que nenhuma pesquisa se aprofundou nos riscos que comer placenta pode oferecer para as mães ou para os bebês que amamentam. “Não há uma regulamentação sobre como a placenta deve ser armazenada e preparada. Além disso, a dosagem também é desconhecida”, alerta a psicóloga Cynthia Coyle, principal autora do estudo. “Essas mulheres realmente não sabem o que estão ingerindo”, adverte.

Segundo o time de experts de Northwestern, mais estudos são necessários. Agora, eles pretendem investigar melhor as práticas e crenças que envolvem a placentofagia e também se ela tem sido recomendada para pacientes ao redor do mundo.

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