Um relato publicado pela Neurology.org tem chamado a atenção da comunidade médica: na China, uma menina de um ano de idade teve um feto removido de seu cérebro. A situação é inusitada e rara, mas está presente na literatura científica como aquilo que se chama fetus-in-fetu ou “gêmeo parasita“.
A hipótese mais aceita para esse tipo de caso é de que, durante a gravidez, que seria inicialmente de gêmeos, as células de um embrião malformado são incorporadas pelo embrião saudável. Assim, ambos seguem se desenvolvendo até que aquele que foi incorporado para em determinado momento (embora possa continuar crescendo caso receba fluxo sanguíneo).
A história foi reportada por Chunde Li, do Beijing Tiantan Hospital, na capital chinesa. De acordo com o Medpage Today, cerca de 200 casos de gêmeos parasitas foram documentados na literatura médica (o primeiro em 1808), mas pouquíssimos deles estavam localizados no crânio.
É importante destacar que não se trata de um teratoma, que é um tumor de origem embrionária formado por tecidos (como dentes, cabelo e músculo), achado normalmente nos ovários ou testículos. Segundo Chunde Li, o que diferencia o fetus-in-fetu é a presença de vértebras e de órgãos internos, além do fato de ser encontrado em pacientes muito jovens.
Remoção do gêmeo parasita
De acordo com o artigo, a garotinha apresentava atrasos no desenvolvimento motor – ela não conseguia, por exemplo, manter-se sentada sem apoio. Além disso, a circunferência do crânio era maior do que o esperado, embora não tivesse nenhum sinal de hipertensão intracraniana, como enjoo, vômitos ou alterações nos olhos.
Durante os exames de investigação, descobriu-se, por meio de tomografia computadorizada e ressonância magnética, que a pequena tinha hidrocefalia, compressão do cérebro e uma massa fetiforme com cerca de 10cm, apresentando coluna vertebral, fêmur e tíbia. As imagens revelaram que o gêmeo parasita tinha espinha bífida e, em exames posteriores, foram notados ainda os membros superiores e estruturas parecidas com dedos.
Clique aqui para acessar o artigo completo. O relato não traz informações sobre o pós-operatório da menina.