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Ansiedade na gravidez: mais comum do que você imagina

Como lidar com a saúde mental nesse período tão complicado? Veja algumas dicas e quando é necessário buscar ajuda especializada

Por Redação Pais e Filhos
8 ago 2025, 12h00
Grávida deitada, com a barriga à mostra, angustiada
 (Zanzibarz/Thinkstock/Getty Images)
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Durante a espera pela chegada de um bebê, grande parte do foco costuma estar nos cuidados físicos da gestante: exames de sangue, análises de urina, controle da pressão arterial e dos níveis de açúcar no sangue fazem parte da rotina. No entanto, o equilíbrio emocional da futura mãe, tão fundamental para ela e para o bebê que está por vir, ainda é frequentemente negligenciado nas consultas. Essa falta de atenção pode trazer consequências sérias, pois o bem-estar emocional é tão essencial quanto a saúde física para ambos.

Saúde emocional e física: um equilíbrio necessário

Uma psicóloga especializada em concepção e maternidade, que fundou um instituto de apoio materno, compartilha um olhar importante sobre esse tema. Segundo ela, é mais comum observar na gestação sintomas emocionais como preocupação excessiva, estresse psicológico e até quadros de tristeza profunda do que problemas físicos como infecções urinárias ou alterações nos níveis de glicose. Mesmo com o cuidado voltado ao corpo, a saúde mental da gestante costuma ser subestimada, deixando sinais importantes passar despercebidos.

Ela destaca ainda que três fases da vida da mulher apresentam maior risco para desequilíbrios emocionais: juventude, menopausa e o chamado período perinatal, que vai desde a concepção até o pós-parto. Embora muita gente associe a tristeza profunda apenas ao pós-parto, pesquisas das últimas décadas mostram que ela pode começar ainda durante a gravidez. Se não for identificada e tratada, essa condição pode se intensificar durante a gestação e depois do nascimento do bebê.

Desafios por trás da gestação idealizada

A gravidez costuma ser vista como um momento mágico, mas essa visão idealizada pode mascarar dificuldades reais. Muitas mulheres enfrentam emoções difíceis que nem sempre são reconhecidas, o que dificulta a prevenção e o tratamento adequado. Entre os fatores que aumentam a vulnerabilidade emocional estão gestações não planejadas, falta de uma rede de apoio, medo do parto e insegurança sobre o futuro.

É normal sentir algum grau de preocupação, mas quando esse sentimento se torna intenso e constante, merece atenção especial. A psicóloga alerta que o desequilíbrio emocional da mãe pode afetar não só o seu bem-estar, mas também o desenvolvimento do bebê.

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Um novo olhar para o acompanhamento gestacional

Para cuidar melhor da saúde mental das gestantes, a psicóloga defende que o estado emocional seja avaliado de forma simples e rápida durante as consultas pré-natais. Em menos de quatro minutos, profissionais como médicos e enfermeiros poderiam identificar sinais de sofrimento emocional e encaminhar a mulher para um acompanhamento especializado ainda na gravidez, prevenindo agravamentos.

Além da avaliação, o acompanhamento psicológico para gestantes deve incluir escuta, acolhimento e preparação emocional para o parto e para a maternidade. Com esse suporte, é possível evitar que quadros emocionais piorem e ajudar a mulher a viver esse momento com mais segurança e tranquilidade.

Superando barreiras para o suporte emocional

Apesar dos avanços no reconhecimento da importância da saúde mental materna, o acesso a psicólogos especializados ainda é bastante limitado. Menos de 1% dos psicólogos no Brasil têm formação específica para atuar na concepção e maternidade, o que dificulta encontrar o suporte adequado.

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Porém, a lei nº 14.721/2023 garante o direito ao atendimento psicológico durante a gravidez, parto e pós-parto, tanto na rede pública (SUS) quanto na rede privada. Mulheres interessadas devem consultar sua unidade de saúde para saber sobre a disponibilidade desses serviços.

Quando procurar ajuda: sinais que não devem ser ignorados

A especialista reforça que não é preciso esperar que os sintomas piorem para buscar apoio. Alguns sinais que merecem atenção são:

  • Medo ou ansiedade intensa e constante
  • Tristeza profunda ou perda de interesse nas atividades do dia a dia
  • Irritabilidade sem motivo aparente
  • Dificuldade em criar vínculo com a gravidez ou com o bebê
  • Problemas para dormir ou sensação persistente de cansaço mental
  • Sentimento de isolamento ou falta de apoio

Com o suporte adequado no momento certo, a mulher pode fortalecer sua saúde emocional e viver a gestação com mais equilíbrio e plenitude.

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