O estrabismo é caracterizado pelo desvio dos olhos para diferentes direções, gerando um desalinhamento. Isso é causado por um desequilíbrio da musculatura ocular. Em crianças, o estrabismo pode ser causado por diversos motivos, como condições genéticas, doenças neurológicas, paralisia cerebral, traumas ou hipermetropia.
A condição afeta – ou já afetou – de 2 a 5% da população brasileira e os tratamentos variam a depender de cada caso.
O tema, contudo, ainda é cercado de estereótipos e mitos. No decorrer do texto, desmistificamos sete desses casos.
O estrabismo se corrige sozinho sem necessidade de tratamento.
Mito. O estrabismo não se cura sem tratamento. Inclusive, o tratamento precoce é fundamental: tanto para a autoestima da criança quanto para evitar complicações como o “olho preguiçoso” ou ambliopia.
Óculos podem corrigir alguns tipos de estrabismo.
Verdade. A utilização de óculos é, de fato, um tratamento indicado ao estrabismo decorrente de hipermetropia ou astigmatismo. Nos demais casos, a cirurgia é o tratamento mais recomendado.
Todo tipo de estrabismo requer cirurgia.
Mito. Nos casos de estrabismo por hipermetropia, não existe uma recomendação cirúrgica. Também há casos em que o estrabismo pode ser tratado com a aplicação de botox. A cirurgia, entretanto, ainda é o tratamento mais adequado na maioria dos casos.
O estrabismo é normal em bebês.
Mito. O que pode ocorrer é confundir estrabismo com o desalinhamento natural e variável dos olhos em bebês até os 3 ou 4 meses de idade, por conta de uma imaturidade visual. Isso é diferente do estrabismo, que é um desvio fixo e exige tratamento.
O estrabismo é mais frequente em crianças com síndrome de Down.
Verdade. O estrabismo ocorre em cerca de 20% das crianças com síndrome de Down, principalmente como consequência da hipermetropia.
Forçar os olhos pode causar estrabismo.
Mito. Desalinhar voluntariamente os olhos não causa o estrabismo, que é uma condição geralmente congênita ou derivada de outros fatores, como o astigmatismo, traumas ou doenças neurológicas.
Utilizar tampão não cura o estrabismo.
Verdade. Embora o tampão seja um recurso terapêutico para casos de estrabismo, seu objetivo não é corrigir o desvio ocular, mas prevenir a ambliopia. Ou seja, o tampão permite que a criança treine também a visão do olho em desvio, que geralmente é menos utilizado, podendo causar danos à visão.