Parto respeitoso: o que é a manobra de Kristeller e por que deve ser evitada
Entenda como evitar essa manobra e quando buscar ajuda por violência obstétrica
A chegada de um novo membro na família é um momento mágico, repleto de antecipação e carinho. Para que esse dia seja tão especial quanto imaginamos, é importante conhecer alguns detalhes sobre o nascimento. Um dos tópicos que vem ganhando destaque nos debates sobre a maternidade é uma antiga prática, conhecida por um nome específico: a Manobra de Kristeller. Embora tenha sido comum em tempos passados, esta intervenção no processo de dar à luz hoje é fortemente desaconselhada e até mesmo vedada por várias entidades de saúde importantes, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde aqui no Brasil.
Por que essa prática é desaconselhada?
Mas por que tanta atenção a algo que já foi tão empregado? A resposta é simples: a Manobra de Kristeller, que envolve a realização de uma compressão manual sobre a região abdominal da mulher em trabalho de parto para tentar agilizar a vinda do recém-nascido, é agora reconhecida por muitos peritos como um tipo de agressão no parto. Essa percepção surge devido aos muitos perigos e intercorrências sérias que podem surgir para a mulher e para o pequeno ser. Em vez de auxiliar, essa ação pode gerar resultados adversos e evitáveis para ambos.
Os perigos para a mãe e o bebê
Quando se fala em perigos, a lista para a mulher que está dando à luz é preocupante. A força em excesso exercida no ventre pode ocasionar lesões severas, como quebras ósseas nas costelas, o reviramento ou a movimentação do útero de sua posição normal, e até mesmo o rompimento de vísceras importantes como o baço e o fígado. Além disso, há uma elevação notável nas chances de sangramentos intensos e rasgos nos tecidos. Para o pequeno que está prestes a nascer, os impactos também são sérios: essa técnica pode provocar machucados e contusões, prejudicando gravemente a condição do recém-nascido. O objetivo é claro: evitar que a genitora e o neném passem por um cenário de sofrimento e risco sem necessidade.
O que é violência obstétrica e como identificá-la
A discussão sobre a Manobra de Kristeller nos leva a um tópico ainda mais amplo: a agressão no parto. Este termo abrange um conjunto de condutas impróprias e abusivas que podem acontecer durante o cuidado com a parturiente. Não se trata apenas de procedimentos físicos sem permissão, como a manobra em questão ou cortes cirúrgicos sem necessidade, mas também de falta de auxílio para a dor, e tratamentos rudes, sejam eles por palavras ou por atos.
É uma realidade triste, mas muito presente: aqui no Brasil, calcula-se que aproximadamente um quarto das mulheres já vivenciou alguma dessas situações de desrespeito durante o nascimento. É importante que essas experiências sejam relatadas, pois a comunicação é um caminho para impulsionar transformações na rede de assistência à saúde e assegurar um acolhimento com dignidade e afeto. Existem números de atendimento dedicados para isso, como o Disque 136 e o Disque 180, que oferecem apoio e recursos para que esses casos sejam apropriadamente encaminhados.
Seu plano de parto: uma ferramenta de poder
Diante disso, surge a pergunta: como podemos prevenir que práticas assim ocorram? Uma das maneiras mais eficazes de impedir intervenções intrusivas e não solicitadas durante o nascimento é através da criação de um roteiro para o nascimento. Este registro, elaborado pela futura mamãe, é uma ferramenta poderosa que possibilita que ela manifeste e comunique seus desejos e decisões para o momento do nascimento, garantindo que a equipe de saúde esteja ciente e acate suas escolhas. Nele, é possível detalhar diversos aspectos, como a liberdade de movimentação durante o momento do parto, quem a acompanhará, suas preferências nutricionais, e até mesmo opiniões sobre exames e outras intervenções médicas. Ter um grupo de suporte, familiares e amigos, bem-inteirado e pronto para apoiar também é determinante para certificar que os anseios da mulher grávida sejam escutados e honrados.
Garantindo um nascimento digno e consciente
Para que o nascimento seja verdadeiramente seguro e respeitoso, é fundamental começar pela seleção de especialistas da saúde que realmente se importem com um cuidado digno. Buscar conhecimento e se instruir sobre os direitos que a mulher possui durante o parto é primordial, pois isso a torna mais forte e consciente das ações corretas. Além disso, manter um diálogo franco e compreensível com o time de saúde pode fazer toda a diferença no grande dia. Não hesite em indagar sobre as intervenções, procurar outras visões profissionais e, se necessário, registrar reclamações para que o cuidado com a mulher que está dando à luz melhore cada vez mais.
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