Parto de lótus: o que você precisa saber sobre os riscos e mitos

Embora o nome remeta a uma prática espiritual ou filosófica, o conceito é bem mais simples do que isso

Por Redação Pais e Filhos
23 dez 2024, 12h00
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 (Catherine Delahaye/Getty Images)
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Nos últimos anos, um conceito tem gerado discussões entre gestantes e profissionais da saúde: o parto de lótus. Embora o nome remeta a uma prática espiritual ou filosófica, o conceito é bem mais simples do que isso. O que se propõe no parto de lótus é manter o cordão umbilical intacto após o nascimento, sem cortá-lo, permitindo que o bebê continue ligado à placenta até que o cordão caia naturalmente, o que pode ocorrer de sete a dez dias após o parto. No entanto, apesar de sua crescente popularidade entre alguns grupos, essa prática não tem respaldo científico e pode trazer riscos à saúde do bebê.

O  que é o parto de lótus?

O parto de lótus não se refere ao momento do nascimento em si, mas sim ao que acontece depois. Tradicionalmente, logo após o nascimento, o cordão umbilical é cortado para separar o bebê da placenta, mas no parto de lótus, a ideia é deixar o cordão intacto, permitindo que o bebê e a placenta permaneçam conectados por um período de tempo. Durante esse intervalo, acredita-se que o bebê continue recebendo nutrientes da placenta. Embora pareça ser um método de “não intervenção”, não há nenhum benefício comprovado na prática do parto de lótus. A razão por trás da prática é geralmente mais cultural ou espiritual do que médica.

O funcionamento do Parto de Lótus

O processo do parto de lótus começa como qualquer outro parto, seja ele normal ou cesárea. Após o nascimento do bebê, a placenta é expulsa, o que normalmente ocorre dentro de 30 minutos. O diferencial do parto de lótus é que o cordão umbilical não é cortado, e o bebê continua ligado à placenta, até que o cordão caia por conta própria. Este desprendimento pode levar de sete a dez dias. Nesse período, o bebê teoricamente ainda pode receber alguns nutrientes da placenta, já que o cordão umbilical permanece intacto. Porém, a prática não tem embasamento científico e os especialistas alertam para os riscos que ela pode envolver.

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Possíveis riscos do parto de lótus

Embora o parto de lótus não apresente um risco imediato e grave de forma direta, ele pode trazer complicações a longo prazo. A placenta, após ser expelida, se torna um tecido biológico exposto ao ambiente. Se não for mantida adequadamente refrigerada, ela pode começar a apodrecer, o que pode gerar o crescimento de bactérias e causar infecções. Para evitar o mau cheiro e possíveis infecções, algumas famílias recorrem a métodos caseiros, como armazenar a placenta em bolsas térmicas ou colocar flores sobre ela, mas isso não elimina o risco de contaminação.

A ciência médica preconiza que o cordão umbilical seja cortado logo após o nascimento, mas não imediatamente. A recomendação é que o clampeamento seja feito de forma tardia, entre 1 a 3 minutos após o nascimento, ou até o momento em que o cordão pare de pulsar. Esse método, conhecido como clampeamento tardio, tem demonstrado benefícios para o bebê, como o aumento de reservas de ferro e a diminuição do risco de anemia, especialmente para bebês prematuros ou de baixo peso.

Consultoria: Dr. Igor Padovesi, ginecologista e obstetra

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