OMS lança novas recomendações para incentivar parto natural

Ideia é reduzir a "medicalização" e o uso de técnicas que aceleram o nascimento, além de garantir atendimento seguro e saudável para mãe e bebê.

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 16 fev 2018, 11h21 - Publicado em 15 fev 2018, 22h50
Recém-nascido com a mãe após o parto
 (Enzo Nguyen@Tercer Ojo Photography/Thinkstock/Getty Images)
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou nesta quinta-feira, 15, novas diretrizes para tornar a experiência do parto mais positiva para mãe e bebê. A entidade se apoiou em mais de 200 publicações científicas para elaborar o documento, que possui 56 recomendações direcionadas aos serviços de saúde e segue a tendência de valorizar o nascimento natural.

A meta é reduzir o número de intervenções médicas que podem ser desnecessárias, como a cesárea ou o uso de medicamentos que aceleram o parto. Isso não quer dizer que os procedimentos não tenham sua importância. Em algumas situações, eles salvam vidas. A crítica é justamente para o excesso.

Como argumento, estudos mostram que toda gestante ou seu bebê passam por pelo menos uma intervenção clínica durante o nascimento, mesmo se ambos estiverem saudáveis. E que todos os dias 830 mulheres morrem na gravidez ou durante o trabalho de parto, número que poderia diminuir com um atendimento mais qualificado.

Duração do parto

Um dos destaques do texto é a crítica à medida padrão de 1 centímetro de dilatação por hora no primeiro estágio do parto. O ponto é que cada mulher evolui de uma maneira e, por isso, a velocidade dessa abertura varia muito.

O ideal é que o progresso mais lento não seja por si um gatilho para indicar uma intervenção e que a futura mãe saiba desde o início que não há uma regra igual para todas. Mesmo assim, há um limite razoável para a duração dessa fase, de 12 horas no primeiro parto e de 10 horas nos partos subsequentes, até que os 5 centímetros sejam atingidos.

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Aceleração e uso de medicamentos

A aplicação de ocitocina, hormônio que induz o trabalho de parto, e outros fluidos intravenosos, é uma prática comum nas maternidades e deveria ser evitada.

Para aliviar o desconforto de mulheres sem outras condições de saúde, mas que sintam dor durante o nascimento, a OMS sugere priorizar métodos de relaxamento muscular, respiração, música, massagens e outras técnicas, de acordo com a preferência da parturiente.

Além disso, a entidade recomenda que, quando qualquer procedimento for necessário, a mulher participe da tomada de decisões junto com a equipe médica. Parte das diretrizes do documento já haviam sido previamente divulgadas em outros artigos da OMS, como o banho só depois de 24 horas de vida e outros cuidados para os recém-nascidos.

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Corrente de humanização

A redução de medicamentos e intervenções é uma tendência crescente na saúde pública mundial. Em março de 2017, o Ministério da Saúde anunciou uma série de diretrizes para assegurar um atendimento mais humanizado para bebês e mães brasileiras.

Diversas delas estão também no documento da OMS, como a liberdade de posição durante o parto, o jejum não obrigatório e métodos de alívio da dor que podem ser feitos sem remédios.

A publicação completa pode ser conferida aqui, em inglês.

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