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O que é plano de parto e como montar um ideal para você

No documento, os futuros pais explicam como querem que o parto seja feito, da admissão no hospital aos cuidados com o recém-nascido

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 12 abr 2019, 11h59 - Publicado em 11 abr 2019, 17h41
Trombose na gestação: Condição preocupante! Conheça os riscos e prevenção
Trombose na gestação: Condição preocupante! Conheça os riscos e prevenção (tommyandone/Envato)
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Escolher como quer a luz do ambiente, se deseja anestesia ou não e quem vai cortar o cordão umbilical são algumas das vantagens de elaborar um plano de parto. O documento expressa os desejos dos pais para todas as etapas do nascimento de um bebê, de acordo com o estado de saúde da gestante e da criança, e faz parte do parto humanizado.

O parto humanizado, que prega preferência pelo parto mais natural possível e dá autonomia para a mulher decidir os métodos utilizados no processo, ganhou popularidade nos últimos anos, mas há tempos é defendido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Para a entidade, ele é a melhor opção para garantir um nascimento e uma vida saudável para o bebê e para a mãe.

“O plano de parto faz parte de uma iniciativa lançada pela entidade em 1996 para melhorar a assistência e a experiência da mulher e da família toda no parto”, explica Mário Macoto, coordenador da obstetrícia do hospital e maternidade Pro Matre Paulista, em São Paulo. Apesar de ser um documento informal na maioria dos hospitais brasileiros, o plano de parto é um direito garantido por lei no Estado de São Paulo desde 2015.

Como é elaborado o plano de parto

O ideal é que os futuros pais comecem a se familiarizar com os detalhes do parto e a pensar no plano no início da segunda metade da gestação. Existem muitos modelos na internet, mas o ideal é que ele seja discutido com o médico ponto a ponto, considerando as condições de saúde da gestante e do bebê.

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“Um problema de hoje é que a pessoa pode baixar um plano da internet sem discutir previamente com o médico e trazer demandas que talvez não possam ser atendidas”, comenta Macoto. “Por exemplo, gestantes de alto risco, como as com diabetes, pré-eclâmpsia ou hipertensão, nem sempre poderão fazer o parto normal”, completa o médico.  Daí a importância de discutir tudo previamente.

Mesmo que a cesárea seja necessária, é possível elaborar um plano de parto para que ela seja o mais humanizada possível. “A mãe pode definir pontos como a iluminação da sala, como será o primeiro contato com o bebê, se verá ele sair e como serão feitos os primeiros cuidados”, elenca Macoto.

É preciso ter em mente também que as coisas podem não sair como o planejado. Se o parto ocorrer de surpresa em uma emergência, por exemplo, o local pode não estar equipado da maneira que a família deseja. E, dependendo da evolução do nascimento, a equipe médica pode ter que fazer algum procedimento que a mãe solicitou não fazer no documento, como a episiotomia, corte vaginal que frequentemente é feito sem necessidade em alguns casos, mas que é essencial em outros. Quando há risco para gestante ou recém-nascido, a palavra final é do médico.

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Veja as possibilidades para cada etapa do plano de parto. No fim da página, encontre um guia que preparamos para te ajudar na conversa com o médico e na definição do seu próprio planejamento. 

Trabalho de parto

Aqui, escolhe-se em que momento a mulher deve ser internada para o trabalho de parto e como gostaria de passar por esse período. É possível definir temperatura e iluminação da sala, permitir o acompanhamento da doula e do marido e os métodos que promoverão conforto durante as contrações.

Práticas que antes eram utilizadas, como o jejum, podem ser contestadas com o plano de parto. A gestante explica se deseja comer, ingerir líquidos à vontade e escolhe métodos para aliviar a dor. No parto humanizado, eles geralmente são não-farmacológicos, como banho de chuveiro, banheira, música, meditação, exercícios e liberdade de movimentação, mas o médico pode receitar remédios convencionais se e quando a mulher desejar.

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Outro ponto importante desta etapa é decidir sobre o uso de ocitocina, hormônio que acelera o trabalho de parto, e o que será feito caso a cesárea seja necessária — o tipo de anestesia, os acompanhantes presentes na sala, a ambientação da sala e diversos tópicos semelhantes aos do parto natural valem aqui também.

Parto  

Nesta fase do plano, os métodos de anestesia entram de novo em discussão, e é uma prerrogativa da mãe ser informada antes da administração de medicamentos e procedimentos durante o parto. A mulher pode decidir determinada posição para a saída do bebê, ou esclarecer que quer ter a liberdade de assumir a que for mais confortável na hora.

Como será a feita a força para as contrações, quem estará na sala, quem cortará o umbilical — e quando isso será feito — entram nesta etapa. A episiotomia também pode ser debatida aqui, assim como manobras para posicionar bebês que estejam em posição pélvica ou métodos como o rompimento artificial da bolsa e o uso de fórceps.

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Cuidados com o bebê

Muitos preceitos do parto humanizado são incluídos aqui, desde que não hajam complicações do parto ou necessidades específicas. Estamos falando do banho adiado, da amamentação imediata em livre demanda e do contato pele a pele imediato, por exemplo.

A presença da família durante a realização de exames e procedimentos pode ser solicitada, já a decisão de fazê-los ou não é um tópico sensível, pois diz respeito à saúde do bebê. Por isso, as prováveis intervenções nos pequenos devem ser discutidas com o obstetra, de preferência com o pediatra também, antes de serem banidos da lista.

Clique aqui para baixar o nosso modelo de plano de parto.

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Fontes consultadas

Marcos Wengrover Rosa, chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Moinhos de Vento

Mário Macoto, coordenador da obstetrícia do hospital e maternidade Pro Matre Paulista, em São Paulo

 

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