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Estudo mostra em imagens como o cigarro afeta o bebê durante a gravidez

Pesquisadores ingleses notaram que as expressões faciais e os movimentos de fetos de mães fumantes são diferentes daqueles que não são expostos à nicotina.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 26 out 2016, 11h46 - Publicado em 26 mar 2015, 17h49

Doenças congênitas, prematuridade, baixo peso aonascer, menor capacidade pulmonar e aumento do risco de transtorno de déficit de atenção estão entre os principais danos que o hábito de fumar durante a gravidez pode causar ao bebê – e têm sido demonstrados em diversos estudos sobre os impactos do cigarro na saúde. Agora, um recente trabalho das universidades de Durham e Lancaster, ambas no Reino Unido, publicado em março de 2015 no periódico científico Acta Paediatrica, acrescenta mais um efeito nocivo a essa extensa lista de problemas relacionados ao tabagismo na gestação.

Os pesquisadores analisaram 80 ecografias 4D (a ultrassonografia em quatro dimensões) de 20 fetos que foram submetidos aos exames de imagem entre a 24ª e a 36ª semana de gestação. Quatro deles tinham mães que fumavam, em média, 14 cigarros por dia. Já os outros 16 bebês nunca haviam tido contato com a droga.

Os resultados da investigação intrigaram os cientistas: os bebês de mães fumantes tocavam o próprio rosto uma quantidade de vezes muito maior quando comparados aos filhotes de gestantes que nunca fumaram – mesmo nos períodos finais da gestação, quando essas reações deveriam ser menos frequentes. Constataram, portanto, que o cigarro provoca um impacto nos movimentos dos pequenos dentro do útero, assim como outras pesquisas sobre os efeitos do estresse e da depressão na gravidez já haviam apontado.

Uma possível explicação para isso, segundo os autores da pesquisa, é de que a constituição do sistema nervoso central dos bebês expostos ao fumo aconteceria em um ritmo muito mais lento e de uma maneira diferente. “Esses resultados apontam para o fato de que o contato com a nicotina, por si só, exerce um efeito sobre o desenvolvimento fetal muito maior do que o estresse e a depressão”, avalia Nadia Reissland, líder do estudo inglês.

De acordo com os pesquisadores, contudo, investigações mais aprofundadas são necessárias. “Precisamos de um estudo maior para confirmar esses resultados e averiguar efeitos específicos sobre o feto, incluindo a interação do estresse com o cigarro”, pondera Reissland. De um jeito ou de outro, uma coisa a ciência não precisa mais provar: ficar longe do cigarro, principalmente quando se está gerando um filho, só traz benefícios. 

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