Como cronometrar as contrações do parto antes de ir para o hospital

Nem todo endurecimento da barriga significa que é hora de buscar ajuda médica! Entenda quando começar e como contar a duração das contrações.

Por Flávia Antunes
Atualizado em 22 ago 2023, 09h21 - Publicado em 22 set 2020, 18h39
 (Westend61/Getty Images)
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Conforme os meses vão passando e o nascimento do bebê se aproxima, todas as atenções da mulher são voltadas ao seu corpo. Afinal, é ele quem comunicará os principais sinais do trabalho de parto, notificando que o pequeno está prontinho para chegar ao mundo.

Mas no meio de tanta ansiedade e apreensão, pode ser que no primeiro endurecimento da barriga a mãe queira ir correndo para o hospital – e acabe ficando por lá mais tempo que o necessário. Para que isto não aconteça, e para tranquilizar a gestante, conversamos com especialistas para saber a melhor forma de cronometrar as contrações e assim ter mais controle sobre a fase em que se encontra.

Quando começar a cronometrar?

A partir das 37 semanas, é comum que a mulher apresente contrações esporádicas e não dolorosas, como explica a ginecologista, obstetra e mastologista Dra. Thais Santarossa. “São as chamadas contrações de treinamento ou de Braxton Hicks, que preparam o colo do útero até entrar em trabalho de parto”, acrescenta.

Em seguida, a gestante caminha para a fase de latência, em que as contrações são sentidas como um desconforto ou permanecem assintomáticas e ainda não possuem tanta regularidade. “Já na segunda fase, que chamamos de fase ativa, é quando temos a ritmicidade das contrações, cujo intervalo de tempo vai diminuindo e a intensidade aumentando”, esclarece o Dr. Kleber Cassius Rodrigues, ginecologista e obstetra da Universidade Federal de São Paulo.

E é justamente neste segundo momento que vale ter o reloginho em mãos. “Recomendo que a mulher comece a cronometrar assim que perceber, independentemente do tempo entre as contrações, que elas estão ritmadas e provocando maior sensibilidade“, afirma o médico.

Ele exemplifica dizendo que se a gestante teve uma contração, depois de meia hora teve outra e, em seguida, passou-se entre vinte e trinta minutos e sentiu novamente, vale a pena prestar atenção na contagem. Nesta hora, bloco de notas, cronômetro e até aplicativos do celular podem ser aliados para que os pais saibam quanto tempo se passou – dando o “start” assim que uma contração acaba e parando quando a próxima começar.

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Quanto tempo dura cada contração?

De acordo com a doutora, o início do trabalho de parto costuma ser marcado quando a mulher apresenta duas a três contrações em um intervalo de dez minutos. Como Dr. Kleber pontua, elas começam durando menos até que, mais próximo da hora de buscar atendimento médico, giram em torno de 45 segundos a um minuto.

Quando ir para o hospital?

Como tudo que envolve a gravidez, a resposta é variável e a orientação médica individual fala sempre mais alto. “Não há um momento que vale para todas. Indico que a mulher vá para o hospital se estiver muito incômodo ficar em casa com a dor, independente do tempo em que as contrações estão vindo“, diz o ginecologista.

No entanto, se a gestante estiver em um processo duradouro e de frequência crescente, pode ser o momento de buscar ajuda especializada. “Se estiver com contrações há cerca de duas a três horas, por exemplo, e a dor estiver ficando mais intensa e ritmada, vale a pena ir ao hospital para verificar como está o trabalho de parto, assim como a dilatação do colo do útero”, complementa Kleber.

Outro sinal que pede a visita ao hospital é a ruptura da bolsa amniótica, que se manifesta pela perda de líquido que escorre entre as pernas da grávida. Segundo o doutor, o aspecto do líquido dirá se a mulher deve se apressar ou pode ir tranquilamente.

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“O líquido amniótico normal tende a adquirir um aspecto semelhante ao da água de coco, que não é totalmente transparente, mas sim um pouco translúcida. Agora, se o líquido sair esverdeado, indico que procure ajuda com certa urgência para avaliar o bem-estar do bebê”, explica ele.

Sinais de alerta

Além da coloração da substância, a própria reação da mulher pode sinalizar que há algo de errado. Embora cada gestante tenha uma sensibilidade diferente, o obstetra comenta que não é comum que neste início do trabalho de parto a paciente apresente contrações extremamente dolorosas. “Precisamos ficar atentos, pois pode haver alguma complicação, como um descolamento de placenta”, comenta.

Um sangramento excessivo – que não aquele sutil e comum de quando há a perda do tampão – também funciona como sinal de alerta para que a mulher procure imediatamente o hospital. Entenda como acontece a saída do tampão mucoso e veja outros sinais que indicam que o parto se aproxima.

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