Cesárea: entenda quais são os riscos desse tipo de parto

Apesar de ser uma prática comum, muitas vezes se passa por cima do fato de que a cesariana não é um procedimento tão simples.

Por Camila Lafratta (colaboradora)
Atualizado em 26 out 2016, 11h45 - Publicado em 23 Maio 2015, 14h19
EmiliaU/Thinkstock/Getty Images
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Na opinião da Dra. Lucila Nagata, ginecologista obstetra do Hospital Materno Infantil de Brasília, a cesárea é uma cirurgia de médio porte. “Apesar dos muitos avanços para aumentar a segurança, sempre há riscos envolvidos em uma cirurgia, como sangramentos, infecções e reações à anestesia”, esclarece.
 
Os riscos vão além da saúde da mãe e podem afetar também o bebê. “Em cesáreas marcadas previamente, pode acontecer de o bebê ainda não estar pronto para nascer. Se o procedimento for levado em frente mesmo assim, ele pode ter problemas respiratórios e precisar ser ligado a um respirador”, explica a Dra. Bedin. Em cesáreas em que o parto normal já havia sido tentado, esse problema não é comum: a não ser que o bebê seja prematuro, o fato de ter entrado em trabalho de parto natural significa que ele já está pronto para nascer, o que facilita a cirurgia.
 
Em algumas situações, alguma condição preexistente da paciente pode acarretar em possíveis riscos na cesárea, mas nenhuma é proibitiva. “Uma mulher com problemas cardiológicos está sujeita a maiores riscos ao realizar a cirurgia” diz a Dra. Nagata. “Por outro lado, os riscos não são inexistentes no parto normal: o excesso de esforço pode ser ainda mais prejudicial do que o trauma da cirurgia”.
 
Nádia Zanon Narchi, coordenadora do curso de Obstetrícia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paolo (EACH-USP), atenta para a falta de comunicação entre a paciente e o médico durante a gestação. “Muitas mulheres que optam pela cesárea ou a aceitam por recomendação do médico desconhecem as repercussões que uma cirurgia como essa pode ter em seus corpos”, afirma ela. “Embora o procedimento seja muito mais seguro hoje em dia, existe uma série de complicações que podem vir a acontecer no futuro, como uma má cicatrização do útero ou uma possibilidade maior de abortar em alguma próxima gravidez”. Para ela, um dos motivos de muitas mulheres optarem previamente pelo parto cesárea é uma imagem negativa e nem sempre real do parto normal. “A repercussão que existe do parto normal é de que ele é uma coisa extremamente dolorosa, violenta e solitária. Não precisa ser assim, mas as mulheres têm muito medo dessa visão e buscam a alternativa da cesárea, que é vista como um parto mais moderno.”
 
Independente da condição física da gestante ou da maneira como sua gravidez se desenvolveu, é essencial que ela se comunique constantemente com seu médico, busque outras opiniões e pesquise muito a respeito de todos os riscos que podem decorrer de uma cesariana, para estar bem informada antes de tomar uma decisão.

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