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Bebês com prisão de ventre e diarreia: como lidar em cada situação

Descubra quais são as principais causas dessas alterações intestinais e saiba como ajudar o seu filho.

Por Alessandra Rebecchi Feitosa (colaboradora)
Atualizado em 22 out 2016, 18h42 - Publicado em 16 Maio 2015, 15h38

É verdade que entre mães até falar sobre o cocô do filho rende uma boa conversa, não é mesmo? Muitas vezes surgem dúvidas sobre o que é normal e como agir em casos de dor de barriga, dificuldades para evacuar e quais alimentos são os mais adequados para cada situação.
 
“Normalmente o ritmo do intestino de uma criança a partir de dois anos de idade assemelha-se ao do adulto, sendo normal de três evacuações por dia e até uma vez a cada dois dias – sem dor, dificuldade ou sangramentos”, explica o Dr. Mauro Batista de Morais, professor livre-docente de Gastroenterologia Pediátrica da Escola Paulista de Medicina e gastroenterologista pediátrico da Clínica de Especialidades do Hospital Albert Einstein. De acordo com o especialista, bebês possuem um padrão de funcionamento do intestino diferente, podendo variar de acordo com os alimentos que são apresentados aos pequenos.

Constipação (intestino preso)

O que é: eliminação de fezes endurecidas com esforço, dor ou dificuldade, independentemente do intervalo de tempo. As fezes costumam sair como pequenos carocinhos ou então muito volumosas. Lembre-se de que alguns bebês em amamentação exclusiva podem ficar de 3 a 5 dias sem evacuar – contanto que, ao fazerem cocô, não precisem de esforço.
 
Possíveis causas: a alimentação é a causa mais comum para a constipação intestinal. Uma dieta pobre em fibras e água tem como efeito fezes endurecidas e difíceis de serem eliminadas. Além disso, algumas pessoas possuem o intestino preso em razão de alguma característica genética. Situações como fissuras no ânus ou assaduras graves também podem levar à retenção das fezes, já que a criança fica com medo de sentir dor ao evacuar.
 
O que fazer: escolher uma dieta rica em fibras, como verduras e cereais integrais, e aumentar a ingestão de água é uma das melhores alternativas. Você também pode fazer massagens na barriga do seu filho no sentido horário e, ainda, aqueles exercícios com as perninhas dobradas, levando-as suavemente em direção ao abdômen. Mamão e ameixa costumam ajudar a soltar o intestino, mas bebês em amamentação exclusiva devem continuar apenas com o leite materno.
 
Alimentação: consumir de duas a três frutas ao dia, além das orientações acima.No caso de bebês que são alimentados com fórmulas lácteas, é necessário oferecer água sempre. Já os que mamam no peito não devem ingerir, pois o leite materno já contém água suficiente em sua composição para hidratar o pequeno.

Diarreia (intestino solto)

O que é: mais de três evacuações amolecidas ou líquidas por mais de 24 horas, representando uma alteração no ritmo intestinal. Lembre-se de que bebês em amamentação exclusiva possuem um padrão diferente, podendo fazer cocô de quatro a oito vezes por dia — em geral, ao término das mamadas.
 
Possíveis causas: as infecções intestinais mais comuns são causadas por vírus, entre eles o rotavírus, que pode ser combatido mantendo a vacinação do pequeno em dia — os bebês devem tomar a primeira dose aos dois meses de vida. Bactérias como a Salmonella também provocam diarreias agudas que, se persistirem por mais de duas semanas, podem representar grande risco para a criança — assim como casos de parasitose, diagnosticados com um exame de fezes. O intestino solto ainda pode ser efeito colateral do uso de alguns antibióticos ou ingestão de alguns alimentos.
 
O que fazer: hidratar a criança! Sempre ofereça água para o seu filho. Os postos de saúde disponibilizam o soro para hidratação via oral, mas ele também pode ser feito em casa, misturando duas colheres grandes rasas de açúcar e uma colher pequena rasa de sal em 200 ml de água filtrada. Além disso, utilize pomadas para assaduras para proteger a pele do bumbum de machucados.
 
Alimentação: evite doces e prefira uma alimentação leve e com pouca gordura. Seu filho pode rejeitar os alimentos durante um período, mas o mais importante é que ele se mantenha hidratado. Em alguns casos, a diarreia pode levar a uma passageira intolerância à lactose, então, se perceber que após tomar leite de vaca seu filho não está ficando bem, prefira suspendê-lo nesse período. A amamentação materna deve ser mantida e é uma ótima fonte de hidratação e nutrientes. 
 
Intolerância à lactose causa diarreia?
A intolerância à lactose costuma aparecer a partir dos 4 anos de idade, quando nosso corpo começa a diminuir a produção da lactase, enzima responsável pela quebra desse açúcar do leite. Além da diarreia, aparecem outros sintomas, como dor abdominal e aumento de gases — aproximadamente em até duas horas após a ingestão do leite de vaca. Exames laboratoriais conseguem detectar a existência dessa intolerância.
 
Dor de barriga emocional
Assim como os adultos, as crianças também podem apresentar uma mudança do padrão intestinal de acordo com situações diferentes que estão vivendo. Seu filho pode ficar com o intestino preso por ir dormir na casa de algum amiguinho, por exemplo, ou intestino solto por ficar ansioso para aquela apresentação da escola, por um curto intervalo de tempo, sem que isso represente um problema.
 
Lembre-se: procure um médico sempre que os sintomas persistirem.