Tudo o que você precisa saber sobre o compartilhamento de óvulos na fertilização
Um guia completo para tirar todas suas dúvidas sobre compartilhamento de óvulos

Muitas mulheres enfrentam dificuldades no caminho para realizar o sonho da maternidade. As causas podem variar: idade, condições genéticas, tratamentos médicos prévios ou questões de saúde que afetam a fertilidade. Graças aos avanços da medicina reprodutiva, existem alternativas eficazes para contornar essas barreiras, e uma delas é o compartilhamento de óvulos.
Essa técnica representa um gesto solidário que permite que uma mulher contribua com outra na realização do desejo de ter um filho. Mais do que um procedimento médico, trata-se de uma experiência marcada pela empatia e pelo acolhimento.
Como funciona o processo
O compartilhamento de óvulos ocorre no contexto da fertilização in vitro (FIV). A mulher que doou os óvulos passa por um processo de estimulação hormonal controlada, que tem como objetivo fazer com que seus ovários produzam um número maior de óvulos. Após esse estímulo, os óvulos são coletados em um procedimento simples e indolor, realizado em ambiente hospitalar.
Esses óvulos são, então, fertilizados em laboratório com o sêmen do parceiro da mulher receptora, ou de um doador, se necessário. Uma vez formados, os embriões são inseridos no útero da mulher que deseja engravidar, que passa por uma preparação hormonal específica para garantir que seu corpo esteja pronto para receber o embrião e iniciar a gestação.
Para quem é indicada essa opção
O tratamento com óvulos doados é recomendado para mulheres que, por diferentes razões, não podem utilizar seus próprios óvulos. Isso inclui casos de menopausa precoce, falência ovariana, doenças hereditárias ou efeitos de tratamentos como quimioterapia, que podem comprometer a função ovariana.
É uma alternativa que oferece altas taxas de sucesso e novas possibilidades para mulheres que, de outra forma, poderiam não conseguir engravidar com óvulos próprios.
Quem pode doar?
Para ser doadora de óvulos, é preciso seguir algumas orientações estabelecidas pelas normas da medicina reprodutiva. A principal exigência é ter até 37 anos e estar em boas condições de saúde. Também é necessário não apresentar histórico de doenças genéticas ou infecciosas.
O compartilhamento pode acontecer de forma anônima ou por meio de programas específicos. Em algumas clínicas, mulheres que estão passando por FIV podem doar parte de seus óvulos, o que ajuda a reduzir os custos do próprio tratamento.
Laços que vão além da genética
Uma dúvida comum entre futuras mães é se será possível sentir a verdadeira conexão com o bebê, mesmo sem o vínculo genético. A resposta está na própria experiência da gestação. A mulher que carrega o bebê participa ativamente do seu desenvolvimento, influenciando seu bem-estar desde os primeiros momentos de vida.
A gestação é, por si só, um processo intenso e transformador, onde o vínculo afetivo se fortalece a cada batida do coração, a cada movimento sentido. O amor não está no DNA, mas no cuidado diário, na entrega emocional e na construção de uma nova vida.
Ética e regulamentação
Embora não exista uma lei específica sobre o compartilhamento de óvulos no Brasil, o procedimento é regulamentado por normas médicas. É garantido o sigilo entre doadora e receptora, sendo proibida a comercialização dos óvulos. Além disso, busca-se uma semelhança física entre doadora e receptora, respeitando características como tom de pele, olhos e tipo de cabelo.
O compartilhamento de óvulos representa uma nova chance para quem deseja formar uma família. É uma união de ciência, empatia e esperança, provando que a maternidade pode florescer de diversas formas, e todas são igualmente valiosas.