Quais são as chances de engravidar de gêmeos

As probabilidades são baixas, mas idade e fatores genéticos podem contribuir para gestação gemelar

Por Sílvia Lisboa
28 ago 2024, 17h00

As gestações gemelares requerem muita atenção. É tudo em dose dupla: além dos filhos, é claro, os enjoos, a pressão arterial, desconfortos e o tempo de repouso vêm reforçados. É uma gestação que precisa ser acompanhada de perto, com mais visitas de pré-natal ao obstetra.

As chances de uma mulher engravidar naturalmente de gêmeos são baixas: apenas uma em cada 90 das gestações são múltiplas, isto é, de dois bebês ou mais. Hoje em dia, com o aumento da utilização das técnicas de reprodução assistida, a incidência deste tipo de gestação aumentou. Desde o primeiro bebê de proveta, as gestações gemelares aumentaram 70%.

Há dois tipos de gestação gemelar: univitelinos, irmãos idênticos, e os bivitelinos, que são diferentes. No primeiro caso, os irmãos partilham a mesma genética porque, após a fecundação do óvulo pelo espermatozoide, o embrião se divide em dois, dando origem a dois bebês.

No segundo caso, ocorre a maturação de dois óvulos fecundados por dois espermatozoides diferentes. Apesar de raros, bivitelinos podem ser gerados com dias ou semanas de diferença no caso de a mulher ter uma nova ovulação seguida de uma nova fecundação.

Para engravidar naturalmente de uma dupla, geralmente três fatores pesam mais: genética, idade e raça. Além disso, as técnicas de reprodução assistida também podem contribuir para a gravidez de gêmeos.

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Genética materna

Os genes que contam para a gestação de gêmeos são os da mãe. Ou seja, seu marido ter histórico de gêmeos na família não impacta no aumento das chances de ter dois bebês ao mesmo tempo. As mulheres que têm mais chances de engravidar de gêmeos são as que têm irmãos ou primos gêmeos; ou que tenham avós ou tias com rebentos gemelares.

Fator racial

Pessoas pretas também têm mais chances de engravidar de gêmeos. As taxas deste tipo de geminação sempre foram altas na África, por exemplo, e não sofreram aumento identificado em outros continentes como a Europa, por exemplo. A América do Sul teve uma queda no número de gêmeos apontada por um estudo que comparou taxas entre 2010 e 2015 com as de 1980 a 1985. O crescimento fez as sociedades de obstetrícia a mudarem a regra do número de embriões implantados nas técnicas de reprodução assistida.

Acima dos 30

Engravidar após os 30 anos aumenta as chances. O responsável é o hormônio folículo estimulante (FSH), que aumenta sua produção com o passar dos anos. O FSH responde pelo desenvolvimento dos óvulos: um incremento na sua produção pode levar à liberação de mais de um óvulo a cada ciclo, fazendo crescer as chances de bivitelinos. Entre os 35 e 40 anos, a possibilidade de gestar dois bebês segue elevada, especialmente para quem já teve quatro ou mais gestações. Ou seja, o período requer atenção para quem planeja mais um filho – já que podem vir dois de uma só vez.