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Pressão baixa na gravidez: os sintomas e o que fazer

É até comum que isso aconteça em determinados períodos da gestação, mas, em excesso, merece atenção. Entenda quando buscar ajuda

Por Da Redação
Atualizado em 1 nov 2023, 10h25 - Publicado em 2 jan 2023, 08h50

A pressão arterial é uma medida importante e, toda vez que você vai a uma consulta de pré-natal, é provável que ela seja aferida. Embora a pressão alta cause muito mais preocupação, pois pode ser um sinal de complicações importantes (como a pré-eclâmpsia), boa parte das gestantes, em algum momento, vive o efeito contrário: pressão baixa.

De acordo com o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo Nogueira, dos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, ambos em São Paulo (SP), é até esperado que a pressão da mulher caia um pouco durante a gestação, principalmente em dois momentos: entre a 11ª e a 13ª semanas e, depois, entre a 18ª e 22ª semanas. “É comum a pressão ser mais baixa durante toda a gravidez, com picos nesses dois períodos, chamados, respectivamente, de primeira onda de migração placentária e segunda onda de migração placentária”, afirma ele.

A explicação é que, nos intervalos citados, há um crescimento mais rápido da placenta, o que acaba impactando no nível da pressão, puxando-a para baixo em um ou dois pontos. O nível normal para mulheres gira em torno de 11/7 ou 12/7. Isso significa que a pressão sistólica (contabilizada quando o coração contrai) está medindo 110 ou 120 milímetros de mercúrio, e a diastólica (quando o coração relaxa), por volta de 70. “No período de migração placentária, essa queda de 10 a 20 mm de mercúrio na pressão arterial, que seria, em média, 11/7, pode virar 10/5 ou 9/6. Mais para frente, pode ficar em torno de 10/6”, exemplifica o médico.

Sintomas de pressão baixa na gravidez

Como saber se ela caiu? Na verdade, não há uma medida exata para isso. De acordo com Pupo, depende da média de pressão da pessoa e, especialmente, dos sinais.

Os principais sintomas de pressão baixa, segundo o obstetra, são:

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  • Escurecimento da vista quando você se levanta rapidamente;
  • Enjoos;
  • Sensação de desmaio ou tontura, sobretudo em ambientes mais quentes;
  • Sensação de formigamento das mãos e dos pés.

A queda de pressão prevista no período gestacional deve ter apenas sintomas leves, alerta o especialista. “Quando eles se tornarem difíceis de ser controlados ou se forem muito constantes, vale a pena buscar ajuda”, recomenda. “Existem medicações para elevar a pressão, mas isso é algo que deve ser discutido com o médico. Ele vai indicar, somente quando for necessário”, destaca.

Pressão baixa na gestação: o que fazer?

Quando uma grávida tem tontura ou sensação de desmaio, alguém sempre recomenda que ela coma algo salgado, como uma azeitona, ou até mesmo que coloque um pouco de sal na língua, certo? Mas será que isso faz sentido? Segundo Pupo, faz sim!

Mulher grávida

“O sódio presente no sal age puxando a água para dentro dos vasos sanguíneos e isso também ajuda a subir um pouco a pressão”, explica. O melhor, recomenda o profissional, é ingerir um alimento salgado e, principalmente, beber bastante água, líquido que “hidrata e aumenta o volume de sangue. Com isso, melhora a pressão”. Tente se manter deitada ou sentada até estabilizar, para evitar quedas.

Dá para evitar a queda de pressão?

Além de beber bastante água (de 2 a 3 litros por dia, pelo menos) e se alimentar bem, de maneira saudável, sem pular refeições ou ficar muito tempo em jejum, a gestante deve evitar lugares quentes, abafados e com aglomeração de pessoas. “Isso porque, em ambientes com a temperatura muito elevada, você tem uma vasodilatação periférica, o que significa que a pele é vascularizada, ou seja, os vasos aumentam, para tornar mais rápida a troca de calor. Esta é uma reação do organismo para tentar regular a temperatura do corpo e pode acabar causando a queda de pressão”, diz o obstetra. Justamente por isso não é indicado, por exemplo, que grávidas usem ofurô, tomem banhos muito quentes ou entrem em saunas.

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Queda de pressão na gestação: há riscos?

Ao contrário da pressão alta, aqui o risco é pequeno. “A questão maior é em relação à mãe, que pode, por conta dessa baixa rápida de pressão, ter sintomas de desmaio e, eventualmente, cair. Então, a queda pode levar a traumas, causar machucados, etc. Para a gravidez, o risco é mínimo e não deve ser considerado”, afirma o médico.

Na verdade, a pressão baixa pode até ser algo positivo, se estiver dentro dos limites (de 1 ou 2 pontos), nos intervalos de 11 a 13 semanas ou de 18 a 22 semanas. “É um sinal de que a formação da placenta ocorreu de maneira adequada, o que é bom indicativo em relação aos riscos para a pré-eclâmpsia”, aponta Pupo.

Vale dizer que pressão baixa pode, sim, ser um dos sintomas de um quadro mais sério, como infecção generalizada ou sangramento importante, que leve a uma hipotensão. “Mas essas situações são muito raras e, normalmente, são precedidas de outros sinais, como febre, corrimento ou o próprio sangramento, que vão levar a grávida a buscar o médico muito antes de perceber essa alteração”, acrescenta o especialista.

Em qualquer sinal de dúvida ou preocupação, é muito importante que você contate seu obstetra.

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