Prematura extrema: a história da menina que nasceu com 23 semanas
Com a pigmentação ainda não desenvolvida e o crânio em formação, recém-nascida surpreende e sobrevive.
No dia 23 de fevereiro de 2017, Hailie Dillon veio ao mundo muito antes do esperado. Sua mãe, Cheri Price, deu à luz seis dias após completar 23 semanas de gestação e mal podia acreditar que sua pequena tinha sobrevivido a um colapso pulmonar e a seis minutos sem respirar.
Hailie nasceu tão prematura que sua pele ainda não tinha tido tempo de desenvolver a pigmentação completamente e o seu crânio ainda não estava todo formado. Por isso, ela tinha uma cor avermelhada e era possível enxergar o cérebro da menina através da pele – um choque para a inglesa de 22 anos.
As contrações de Cheri começaram ainda na 20ª semana de gestação, após a perda do tampão mucoso (a “barreira” entre o útero e a vagina). Ao chegar no hospital local, ela e o namorado, Timothy Dillon, foram informados de que lá não havia recursos para tratar recém-nascidos com menos de 24 semanas e que aquele caso era classificado como um “aborto tardio”. Então, o casal viajou mais de 480 quilômetros em busca de outro hospital.
Após ser medicada, as contrações pararam, mas 24 dias depois Cheri deu à luz no James Cook University Hospital, no Reino Unido. Assim que nasceu, a pequena teve que ser ressuscitada. Três meses depois, foi diagnosticada no estágio três de Retinopatia da Prematuridade (doença que afeta os vasos sanguíneos que suprem a retina), mas sua visão foi salva pelos médicos.
A pequena continuou a se desenvolver no hospital até que em 19 de junho – dois dias antes do que estava previsto o seu parto – e pôde ir para casa. Contrariando os 35% de chance de sobrevivência, Hailie completou um ano em fevereiro e segue saudável.