As férias de fim de ano chegaram e, com elas, a deliciosa temporada de calor, praia, piscina e bebidas geladinhas. Mas como, em geral, mulheres grávidas precisam de uma atenção extra àquilo que se pode ou não fazer, é normal que surjam algumas perguntas em relação aos cuidados que a gestante deve ter no verão. Conversamos com a ginecologista e obstetra Carolina Curci, que levantou os principais pontos de alerta.
Gestante na piscina e no mar
Para a alegria de quem não dispensa entrar na água para dar aquela refrescada, a boa notícia é que não há qualquer risco, de fato, relevante para as grávidas. “Nesse caso, o importante é a gestante perceber se ela está se sentindo bem, se está disposta, hidratada… Ou então se o sol está muito quente, por exemplo. É muito mais sobre ter essa parcimônia e perceber quando ela não está bem para entrar“, destaca Carolina.
Caso a piscina seja aquecida, é bom ficar de olho na temperatura da água. Se ela estiver muito quente, tende a aumentar a vasodilatação e gerar mal-estar, alerta a obstetra. No mar, as gravidinhas também podem ficar tranquilas, já que as ondas eventualmente batendo na barriga são inofensivas.
E para quem gosta de dar um mergulho de tempos e tempos, vale o cuidado com o biquíni molhado o dia inteiro – não só as grávidas, mas todas as mulheres. “Isso favorece o desequilíbrio do pH vaginal, o que diminui os lactobacilos e aumenta a chance de desenvolver a vaginose ou a candidíase“, explica a médica. Vale lembrar que a Gardnerella vaginalis e a Candida albicans, causadoras dos problemas, podem fazer parte da nossa flora, mas quando estamos com o pH equilibrado, elas não se proliferam. “Isso gera incômodos, pois leva a um quadro de corrimentos (leucorreia), odor fétido, prurido… Não vai trazer prejuízo para o bebê, mas vai incomodar a mulher”, acrescenta Carolina.
Como se preparar para o sol e o calor
A palavra de ordem no verão é hidratação. E por mais que seja de conhecimento geral, a verdade é que, em meio à diversão, acabamos nos esquecendo de ingerir líquidos com a frequência que deveríamos. “Água, água com gás, saborizada, água de coco natural, suco de frutas… Só cuidado com excessos. O suco de laranja tem muitas calorias, então, para quem está fazendo controle de ganho de peso, não é o ideal”, pontua a obstetra.
O importante é saber fazer escolhas saudáveis e ficar atenta às condições climáticas e, lógico, do próprio corpo. Um dia de forte mormaço, por exemplo, pode enganar, já que a ausência do sol forte talvez dê a impressão de que o calor não está tão intenso. Por isso, a hidratação precisa ser um hábito consciente. “Eu sempre oriento as minhas pacientes a tomar um copo de 150 ml a 180 ml de água a cada uma hora de exposição“, conta Carolina.
Além de se preparar para as altas temperaturas, proteger-se dos raios solares é essencial para todos, mas ainda mais para as grávidas. A orientação da obstetra é usar um bloqueador solar com fator de proteção (FPS) alto na forma de gel – com textura leve e alta durabilidade, esta é uma boa opção para praia e piscina. “Deve-se ainda lembrar de reaplicar o protetor no corpo inteiro, não só no rosto, usar chapéu, óculos e guarda-sol, além de ter atenção ao horário de se expor. Vale lembrar que tudo que se marca na pele durante a gestação é muito difícil de ser removido depois do puerpério, mesmo com as tecnologias mais avançadas”, afirma a médica
Por fim, nunca é demais reforçar a boa e velha recomendação de tomar cuidado com as refeições fora de casa. “Uma intoxicação alimentar sempre vai ser pior na gestante. Temos sempre que pensar: ‘Eu preciso comer aquele quitute? Conheço quem faz? Não trouxe outras opções, frutas…?'”, alerta Carolina. Segundo a obstetra, a questão não é proibir o consumo de alimentos comprados na praia, mas conhecer o contexto geral.
Todos essas dicas são importantes para aproveitar o calor da melhor forma, mantendo os riscos de mal-estar e de consequências negativas bem longe da mãe e do bebê, garantindo só o melhor do verão à família!
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