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Número de grávidas vítimas da zika na América Latina pode chegar a 1,65 milhão, diz estudo

Outras notícias recentes sobre esse vírus deixaram o mundo em alerta. Fique por dentro.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 27 out 2016, 23h33 - Publicado em 26 jul 2016, 17h01

93,4 milhões é a quantidade de pessoas que podem ser infectadas pelo vírus zika na América Latina até o fim da atual epidemia, que acomete a região desde 2015. Dessas, é provável que 1,65 milhão sejam mulheres grávidas. Foi o que concluíram pesquisadores das universidades de Southampton e de Oxford, ambas na Inglaterra, e da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos, num estudo publicado nesta segunda-feira (25) na revista científica Nature Microbiology.

De acordo com o levantamento, nesse cenário, a realidade brasileira é bem preocupante: a estimativa é que o país concentre a maior parte das infecções (três vezes mais do que outras nações latino-americanas) devido ao tamanho do nosso território e ao risco de transmissão do vírus por aqui.

Entre os fatores que os cientistas levaram em conta para fazer as projeções estão a forma como o vírus é disseminado, as condições climáticas de cada local avaliado e o período de incubação do agente infeccioso. Informações sobre fertilidade, taxas de nascimento e de gravidez e as condições socioeconômicas de cada região também foram consideradas.  

Segundo Andrew Tatem, que participou da pesquisa, é difícil prever de forma assertiva quantas gestantes estão, de fato, expostas ao zika. “A maior parte delas não tem sintomas. Isso invalida muitos métodos baseados no número de casos e representa um desafio aos cientistas que tentam entender o real impacto dessa doença nas populações”, pontua o expert. Estudos apontam que 80% dos infectados por esse vírus não apresentam os sinais típicos da doença (manchas vermelhas na pele, febre, dores no corpo, diarreia e vômito) – que, aliás, podem muito bem ser confundidos com os da dengue e de outros agentes infecciosos. Somando-se a isso a inconsistência nos casos notificados e as dificuldades de acesso a serviços de saúde em determinados lugares, fica difícil saber qual o verdadeiro estrago causado pelo zika.  

Mas, com esse novo trabalho, os autores esperam contribuir para mudar esse cenário e ajudar a entender quais são as áreas mais vulneráveis a esse micro-organismo e que precisam de atenção. “Essas projeções são uma importante contribuição inicial para os esforços que estão sendo feitos globalmente a fim de compreender a epidemia de zika”, diz Tatem.

Microcefalia ligada ao zika na Europa

Nesta segunda-feira (25), uma mulher que teve zika na gravidez deu à luz um bebê com microcefalia na Espanha. Esse é o primeiro caso no continente europeu de uma uma criança que nasce com a malformação cerebral causada por esse micro-organismo. O caso está sendo mantido em sigilo pelas autoridades espanholas, mas sabe-se que a mãe foi infectada durante uma viagem ao exterior.

Pernilongo também transmite zika

Isarapic/Thinkstock/Getty Images
Isarapic/Thinkstock/Getty Images ()

É o que aponta uma pesquisa inédita realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Pernambuco, estado que concentra a maior parte dos casos de pessoas infectadas por esse vírus. Até então, nenhum estudo havia investigado se os mosquitos Culex quinquefasciatus – a popular muriçoca ou pernilongo – também seriam vetores do zika.

O levantamento analisou insetos coletados em Recife, onde a população do Culex é vinte vezes maior que a do Aedes aegypti, segundo a Fiocruz. Os 500 mosquitos estudados foram apanhados nos endereços da capital pernambucana em que foram relatados casos de zika. Os resultados preliminares da pesquisa identificaram que os pernilongos haviam sido infectados pelo zika naturalmente – e não porque se alimentaram de sangue contaminado. Além disso, a carga viral encontrada nas muriçocas foi similar à do Aedes.

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De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, mais pesquisas são necessárias para avaliar o potencial de participação do Culex na disseminação do zika e seu real papel na epidemia desse vírus. “Até os resultados de novas evidências, a política de controle da epidemia de zika continuará pautada pelas mesmas diretrizes, tendo seu foco central no controle do Aedes aegypti“, ponderou a instituição em nota.

Vacina da dengue tem preço definido

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou, também nesta segunda, os preços da Dengvaxia, a primeira vacina contra a dengue liberada no Brasil. O medicamento produzido pela farmacêutica francesa Sanofi vai custar entre R$ 132,76 e R$ 138,53, dependendo da alíquota do ICMS de cada estado.

O imunizante protege contra quatro sorotipos do vírus da dengue e pode ser aplicado em pacientes de 9 a 45 anos de idade, que devem tomar três doses da vacina com intervalo de seis meses entre elas. Segundo a assessoria de imprensa da Sanofi, é provável que o remédio já esteja disponível em clínicas particulares de São Paulo a partir da semana de 1o de agosto. Ainda não há previsão, contudo, de quando a Dengvaxia chegará ao sistema público de saúde.

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