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#GravidezSemÁlcool: campanha alerta para os riscos de beber na gestação

Iniciativa da Sociedade de Pediatria de São Paulo entra em sua segunda edição e busca conscientizar as mulheres sobre a Síndrome Alcoólica Fetal.

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 11 jan 2021, 19h31 - Publicado em 2 mar 2015, 23h56

Uma latinha de cerveja aqui, uma taça de vinho ali… O consumo moderado dessas bebidas durante a gravidez pode até parecer inofensivo, mas ele aumenta, sim, o risco de prejuízos à saúde e à formação do bebê. É o que alerta a Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) com a campanha #GravidezSemÁlcool, que tem como objetivo chamar a atenção de tentantes e gestantes para os malefícios da exposição pré-natal a qualquer tipo e quantidade de bebida alcoólica. A ação conta com a parceria de diversas associações médicas e já recebeu apoio de famosos como a atriz Alinne Moraes, mãe do pequeno Pedro, que completará 1 ano de idade em maio.

“Temos percebido que poucas pessoas conhecem os efeitos do álcool sobre a gestante, feto e recém-nascido. Ingerir bebidas alcoólicas na gravidez é uma sentença condenatória para a vida”, afirma a pediatra Conceição de Mattos Segre, coordenadora do Grupo de Estudos sobre os Efeitos do Álcool na Gravidez, no Feto e no Recém-Nascido da SPSP.

Reprodução Instagram/@alinnemoraes Reprodução Instagram/@alinnemoraes

SAF

O foco da campanha é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que pode provocar retardo mental e anomalias congênitas não hereditárias, como malformações faciais, neurológicas, cardíacas e renais. O problema pode dar as caras logo no nascimento ou mais tardiamente e não tem cura. Estima-se que, no mundo, a condição atinja de um a três indivíduos a cada mil nascidos vivos. Não há dados oficiais do Brasil.

A SAF pode acometer a criança de forma completa ou incompleta. No primeiro caso, o recém-nascido apresenta tanto as características físicas típicas da condição, como pálpebras pequenas, lábio superior muito fino e nariz curto, quanto as alterações mentais e psíquicas. Quando o quadro é incompleto, não há sequelas faciais, mas a probabilidade de problemas como dificuldades de aprendizagem, de memória, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade aparecerem é alta.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da SAF não é fácil de ser feito e só pode ser dado de forma certeira após o nascimento do bebê. Entre as crianças que apresentam o quadro completo, a identificação da doença pode ser facilitada em razão das características físicas marcantes, mas a tendência é que, com o tempo e o desenvolvimento do pequeno, os dismorfismos faciais sejam amenizados, dificultando a detecção da doença. “O pior de tudo é que para cada criança que tem a síndrome completa, pelo menos dez têm a incompleta, ou seja, não apresentam os sinais faciais, mas manifestam os problemas, que só aparecem anos mais tarde, quando ela vai para a escola”, adverte Conceição Segre.

Como a SAF não tem cura, a terapia é meramente de suporte e inclui atendimento multidisciplinar, com acompanhamento médico e psicológico. Quanto antes a doença for diagnosticada, maiores são as chances de abrandar suas manifestações.

Prevenção

Não tem jeito: o melhor caminho para se ver longe de problemas como a SAF é evitar o consumo de álcool não só durante a gravidez, mas também antes da concepção. “Não há qualquer comprovação de uma quantidade segura de bebida alcoólica que proteja a criança de qualquer risco. Neste caso, a gestante ou a mulher que pretende engravidar deve optar por tolerância zero à bebida alcoólica”, avisa a pediatra da SPSP.

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