Normalmente, se a gravidez segue tranquila, as viagens de automóvel são liberadas até o sétimo mês, sem restrição de distância. Entretanto, vale a pena tomar certas precauções para garantir a sua saúde e a do bebê. Por exemplo, urinar com frequência, que é fundamental para prevenir infecções. “É importante usar meias elásticas de compressão específicas para gestantes, que não apertam a barriga, e fazer paradas periódicas para pequenas caminhadas e o uso do toalete. Além de viajar com lanchinhos e água no carro”, orienta a obstetra Barbara Murayama, de São Paulo. A partir do oitavo mês de gestação, o ideal é conversar com o médico que faz o pré-natal antes de viajar. Ele irá considerar o seu estado geral e também o tempo de deslocamento na estrada. “Quanto mais longa a viagem e quanto mais avançada a gestação, mais desgastante será para a mulher, pois a grávida fica cansada de ficar sentada muito tempo e pode ficar com os pés inchados“, diz Barbara. Quase todos os médicos, porém, proíbem as pacientes de deixar a cidade onde vivem quando entram no último mês de gestação devido ao maior risco de parto prematuro e rompimento da bolsa.
2. E se eu preferir uma viagem de avião ou navio?
“As viagens de avião são permitidas até a 32ª semana de gestação, sempre lembrando o cuidado de usar meias elásticas de média compressão durante o voo e caminhar durante a viagem, no máximo, a cada duas horas para prevenir tromboses“, explica Flávia Fairbanks, obstetra, de São Paulo. Segundo a especialista, quanto às viagens de navio, as maiores restrições são nas primeiras semanas devido às náuseas e aos vômitos, que podem ser mais intensos com o balanço da embarcação. A fase mais adequada para fazer um cruzeiro é a do segundo trimestre, já que no último as chances de alguma intercorrência séria aumentam. Mas saiba que nem todos os médicos são a favor desse tipo de passeio: alguns simplesmente não o permitem em nenhuma etapa da gravidez. Se você está grávida e não quer adiar a oportunidade de viajar de navio, procure escolher um roteiro curto, de no máximo quatro dias, pois ficar longe da costa por muito tempo pode ser arriscado. Mas lembre-se de que cada caso é um caso e, em qualquer hipótese, o melhor mesmo é discutir com o seu obstetra a situação.
3. Posso frequentar uma sauna?
Não. A temperatura no interior da sauna é alta demais para a gestante. “As saunas devem ser evitadas durante toda a gestação, pois favorecem os episódios de taquicardia e hipotensão“, justifica Flávia Fairbanks.
4. Se eu descer da serra para o litoral, posso ter algum problema?
Em uma gestação normal, uma ligeira baixa na pressão arterial é algo comum, que pode ser ligeiramente agravado no litoral. Beber bastante água, comer a cada três horas e vestir roupas bem levinhas são atitudes que costumam funcionar para minimizar o mal-estar.
5. Se eu for à praia, posso entrar no mar?
O banho de mar e de piscina é liberado para a maioria das gestantes até o nono mês, enquanto não houver dilatação do colo uterino. No mar, por precaução, procure não ir até muito fundo. Água na altura dos joelhos é o ideal. Também não fique de frente para as ondas, que não devem bater diretamente na barriga. “Evite ficar o dia todo de biquíni molhado ou úmido para não favorecer a ocorrência de candidíase, que já é mais comum nas grávidas“, alerta Flávia Fairbanks.
6. E como eu me protejo do sol?
De acordo com a médica Barbara Murayama, o uso de protetores solares com FPS de pelo menos 30 é indispensável, assim como óculos escuros com proteção UVA e UVB e chapéus. “Na gestação, os cuidados para se proteger do sol devem ser redobrados, pois a pele da gestante já tem uma hiperpigmentação natural, por causa da ação hormonal, e, com isso, se não houver proteção adequada, a pele pode ficar manchada indefinidamente“, conclui a obstetra. Os cuidados adicionais são não se expor ao sol entre 10 e 16 horas, permanecer sob o guarda-sol a maior parte do tempo, beber muita água ou água de coco e usar hidratante na pele após o banho.
7. Posso caminhar pela areia da praia?
Sim, desde que a área não esteja muito lotada de pessoas praticando esportes. Afinal, levar uma bolada ou um empurrão não é nada bom. “Um cuidado essencial é evitar fazer as cutículas imediatamente antes da ida à praia para diminuir a chance de haver uma porta de entrada para as bactérias presentes na areia“, recomenda a obstetra Flávia Fairbanks.
8. Posso comer petiscos na praia e frutos do mar no restaurante?
Leve um lanche de casa para beliscar em frente ao mar. Nunca se sabe a procedência dos alimentos vendidos na praia e nem há quanto tempo foram preparados, o que pode ser sinônimo de contaminação. Portanto, o melhor é evitar. Quanto aos frutos do mar ou qualquer outra comida servida em restaurante, não há problemas desde que o estabelecimento seja confiável – e, claro, que você não tenha histórico de alergia a esses pratos. “Todos os alimentos consumidos devem ser cozidos, sempre frescos e recém-pescados, como uma maneira de minimizar o risco de intoxicação alimentar“, frisa a médica Flávia Fairbanks.
9. Posso comer pratos apimentados?
Não há restrição quanto a temperos durante a gravidez, mas a medida do desconforto gástrico é sempre individual. Por isso, pondere se você teve ou tem incômodos como enjoo, azia e refluxo antes de comer pratos muito condimentados.
10. Posso acompanhar meu filho mais velho ao parque aquático?
Sim, mas com muita cautela. “Tobogãs devem ser evitados, pois a mulher grávida se cansa mais facilmente. Então, fica difícil subir as escadas que dão acesso aos escorregadores. Além disso, podem ocorrer traumas durante o percurso e na chegada“, diz a médica Barbara Murayama, que aconselha a presença de mais um adulto para o caso de alguma emergência. No mais, valem os mesmos cuidados aplicados na praia e na piscina: uso de filtro solar e chapéu, muita hidratação e alimentação a cada três horas.
11. Nas ceias de final de ano, posso comer de tudo?
“Se não houver nenhuma restrição médica, como diabete gestacional e hipertensão arterial, pode-se comer de tudo. Mas é bom evitar grandes quantidades“, responde a obstetra Barbara Murayama. Priorize o consumo de saladas e frutas, que são alimentos mais leves, e sirva-se de pequenas porções de alimentos muito gordurosos. “Dê preferência também às carnes assadas, em vez das fritas, e não exagere nos doces. Prefira sucos naturais ou água a refrigerantes“, completa a especialista.
12. Posso beber uma taça de vinho, champanhe ou outro drinque?
A opinião dos especialistas varia um pouco. Há os que recomendam nada de álcool durante a gravidez por não se saber qual a dose segura para o bebê. Alguns médicos, porém, liberam uma taça de vinho ou champanhe ocasionalmente, durante uma reunião entre amigos, por exemplo. Drinques à base de bebidas destiladas, cujo teor alcoólico é muito alto, certamente devem ficar restritos aos outros convidados.