A gravidez pode guardar algumas surpresas — assim mesmo, no plural. É o caso da gravidez gemelar, também conhecida como gestação ou gravidez múltipla: aquela em que dois ou mais embriões são gerados e se desenvolvem no útero materno.
A gravidez gemelar pode ocorrer basicamente de duas formas: a partir de embriões separados ou gerada a partir de um mesmo embrião. Aqui explicamos quais as diferenças de cada uma e quais devem ser os cuidados para a saúde da gestante e dos bebês.
Gêmeos idênticos ou univitelinos
A gestação de gêmeos idênticos, também conhecidos como univitelinos, ocorre quando um mesmo óvulo é fecundado por um único espermatozoide, como em uma gestação “convencional”. Nesse caso, contudo, o óvulo fecundado acaba se dividindo em dois embriões separados.
Esse tipo de gravidez sempre gera bebês “idênticos” e do mesmo sexo, uma vez que eles compartilham o mesmo material genético.
Os embriões univitelinos também dividem a mesma placenta — ou seja, é uma gravidez monocoriônica. Porém, os fetos podem ou não compartilhar a bolsa amniótica (dentro da qual o feto se desenvolve).
Gêmeos não idênticos ou bivitelinos
Quando mais de um óvulo é liberado e cada um deles é fecundado por um espermatozoide diferente, ocorre a gestação de gêmeos bivitelinos.
Nesses casos, os bebês apresentam um material genético distinto. Por isso, não são “idênticos”. Inclusive, os gêmeos bivitelinos podem ser de sexos diferentes.
Cuidados e riscos
Para a confirmação de uma gravidez gemelar, alguns exames são necessários, como ultrassonografias e ecografia obstétrica. Além de uma maior chance de parto prematuro, esse tipo de gestação pode apresentar algumas complicações, como falhas no fornecimento de oxigênio aos bebês, problemas no desenvolvimento e até morte fetal — tanto dentro do útero quanto na hora do parto. Para as gestantes, também aumenta o risco de hipertensão, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. Por isso, a gravidez de gêmeos requer um acompanhamento próximo da equipe médica.
Há como prever uma gravidez gemelar?
As gestações múltiplas são raras e muito difíceis de prever. No Brasil, elas ocorrem em menos de 2,4% dos casos. Aproximadamente 70% das gestações gemelares são de gêmeos bivitelinos.
Os gêmeos univitelinos são ainda menos comuns e não são conhecidos todos os fatores que levam um óvulo fecundado a se dividir em dois.
De qualquer forma, o histórico genético pode influenciar, principalmente em casos de gêmeos bivitelinos. Isso porque uma mulher pode ter a predisposição de liberar mais de um óvulo em um mesmo ciclo.
Fatores como idade, etnia, técnicas de reprodução assistida e até o histórico de medicamentos contraceptivos também podem influenciar nas chances de uma gestação gemelar.