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Diabetes com alta taxa de glicemia pode comprometer a fertilidade

O médico Mauricio Chehin, do Grupo Huntington Medicina Reprodutiva, esclarece questões cruciais para auxiliá-la a realizar o sonho da maternidade.

Por Dr. Maurício Chehin (colunista)
Atualizado em 28 nov 2016, 18h38 - Publicado em 26 mar 2015, 16h31

O diabetes é uma doença crônica que causa a diminuição da produção ou resistência à ação da insulina. Seus sintomas mais conhecidos são o aumento da vontade de urinar, maior ocorrência de infecções fúngicas, impotência, sensação de cansaço, além de má cicatrização e circulação. Mas o que muitos pacientes não sabem é que, quando não está compensado, ele pode provocar sérios problemas à fertilidade de homens e mulheres.

Vale ressaltar que o tipo de diabetes não é o principal fator de relação com a infertilidade, mas sim os níveis glicemia – que podem estar dentro ou fora da normalidade. Quando descompensada, a  doença provoca o aumento do açúcar no sangue e distúrbios no metabolismo das gorduras e das proteínas. Nas mulheres, pode levar a uma anovulação crônica, ou seja, uma ausência de ovulação. Nos casos de infertilidade feminina, o quadro é reversível, mas na infertilidade masculina existe a possibilidade de um comprometimento das terminações nervosas (neuropatia).

Nos homens, pode ocorrer um aumento da fragmentação do DNA do espermatozoide, diminuindo as chances de fertilização e aumentando as chances de abortamento. Em alguns casos, esse quadro também pode provocar a ejaculação retrógrada, levando os espermatozoides que deveriam sair pela uretra durante a ejaculação para a bexiga. Esses efeitos também podem aparecer em pacientes diabéticos compensados, mas em menor escala.

Quando há a fecundação, o alto nível da glicemia também causa problemas. Existe um aumento dos casos de abortamento espontâneo e também de malformações. Entre as mais comuns estão as cardíacas, a disgenesia sacral (anomalia do desenvolvimento da porção final da coluna) e a holoprosencefalia (ausência do desenvolvimento do lóbulo frontal do cérebro do embrião).

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Já o risco gestacional é elevado por outros motivos. Há maior índice de macrossomia fetal (recém-nascidos com muito peso), síndrome do desconforto respiratório, asfixia, hipoglicemia neonatal (queda dos níveis de açúcar no sangue após o nascimento), polidramnio (excesso de líquido amniótico), atonia uterina (alterações nas contrações do útero), entre outras disfunções.

Para quem tem diabetes e quer manter a fertilidade, a dica é simples: mantenha a doença compensada antes de tentar engravidar. O controle glicêmico do paciente diabético é a chave para não ficar infértil.

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