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Congelar óvulos ou embriões: o que é melhor?

Entenda qual é a diferença entre os procedimentos e para quem cada um deles é indicado. Veja também quais são os valores, em média, no Brasil

Por Carla Leonardi
19 jan 2023, 16h34
Imagem de um óvulo sendo fertilizado. Imagens transparentes em fundo azul
 (Sebastian Kaulitzki/Science Photo Library/Getty Images)
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Adiar os planos de engravidar faz cada vez mais parte da vida contemporânea, seja pelo desejo de se estabelecer na carreira e conquistar objetivos antes de ter filhos, seja por ainda não ter um parceiro ou até mesmo considerar seguir uma gestação independente no futuro. A questão é que, com o passar dos anos e o envelhecimento dos óvulos, as chances de uma gravidez natural após os 35 anos começam a decair, levando à necessidade de procurar técnicas de reprodução que ajudem no processo. É aí que entra o congelamento de óvulos e embriões. Mas, afinal, qual é mais indicado? A resposta para esta pergunta é: depende.

Congelamento de óvulos

Os óvulos são apenas da mulher e deverão ser fertilizados posteriormente, depois de descongelados. Isso significa que esta é uma decisão que caberá unicamente a você, bem como o que fazer com eles no futuro, abrindo a possibilidade até para uma gestação independente a partir de um banco de sêmen.

“É recomendado a mulheres que não têm previsão de gravidez a curto prazo e que já estão por volta dos 35 anos”, explica Rodrigo Rosa, ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana, sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime e do Mater Lab, em São Paulo. Isso porque, quanto mais jovem a mulher for na época do congelamento dos óvulos, maiores serão as chances de ter um bebê a partir deles.

Outra recomendação é para aquelas que, por algum motivo específico, poderão vir a ter dificuldades para engravidar. “Mulheres que vão ser submetidas a cirurgias que podem impactar a reserva ovariana, como de endometriose, e as que apresentam fator de risco para menopausa precoce têm indicação de fazer o congelamento mesmo antes dos 35 anos”, alerta o especialista.

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(Juli-julia/Getty Images)
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Congelamento de embriões

Antes de tudo, vale lembrar que o embrião é o óvulo já fertilizado pelo espermatozoide – no caso, para ser congelado, isso é feito por meio da fertilização in vitro, a FIV. “O método é indicado, basicamente, para casais em um relacionamento estável que decidem adiar a gestação por qualquer motivo, principalmente quando esse adiamento é de médio prazo devido a mudanças de planos”, pontua o médico.

Como já se sabe, durante o procedimento, qual é a qualidade do embrião, há vantagens em relação às chances de uma gravidez de sucesso no futuro. Por isso, a taxa de sobrevivência ao descongelamento dos embriões é superior à dos óvulos. “Por outro lado, pode ter alguma implicação jurídica para o uso desses embriões, já que eles são do casal. Então, em caso de separação, eles podem não ser utilizados”, alerta Rosa.

Quanto custa congelar óvulos e embriões?

De acordo com Rodrigo Rosa, o valor investido em congelamento de óvulos no Brasil, considerando medicamentos, custo laboratorial e honorários médicos, fica por volta de R$ 18 mil. Já o congelamento de embriões, que conta com a fertilização in vitro no processo inicial, é mais caro: em média, R$ 25 mil. Além disso, há uma taxa de manutenção de R$ 1 mil ao ano, tanto para os óvulos quanto embriões congelados.

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Vale lembrar, entretanto, que num momento posterior, quando a mulher quiser tentar engravidar, há outros custos. No caso dos embriões congelados, como a FIV já foi feita, o valor é acrescido de R$ 1 mil a R$ 2 mil. Já os óvulos, porém, ainda precisam ser fertilizados antes da transferência, o que acrescenta de R$ 6 mil a R$ 7 mil. O especialista em Reprodução Humana explica que esses valores são próximos ao de uma FIV realizada com embriões frescos, com a diferença apenas referente ao congelamento do material.

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