Congelar óvulos ou embriões: o que é melhor?
Entenda qual é a diferença entre os procedimentos e para quem cada um deles é indicado. Veja também quais são os valores, em média, no Brasil
Adiar os planos de engravidar faz cada vez mais parte da vida contemporânea, seja pelo desejo de se estabelecer na carreira e conquistar objetivos antes de ter filhos, seja por ainda não ter um parceiro ou até mesmo considerar seguir uma gestação independente no futuro. A questão é que, com o passar dos anos e o envelhecimento dos óvulos, as chances de uma gravidez natural após os 35 anos começam a decair, levando à necessidade de procurar técnicas de reprodução que ajudem no processo. É aí que entra o congelamento de óvulos e embriões. Mas, afinal, qual é mais indicado? A resposta para esta pergunta é: depende.
Congelamento de óvulos
Os óvulos são apenas da mulher e deverão ser fertilizados posteriormente, depois de descongelados. Isso significa que esta é uma decisão que caberá unicamente a você, bem como o que fazer com eles no futuro, abrindo a possibilidade até para uma gestação independente a partir de um banco de sêmen.
“É recomendado a mulheres que não têm previsão de gravidez a curto prazo e que já estão por volta dos 35 anos”, explica Rodrigo Rosa, ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana, sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime e do Mater Lab, em São Paulo. Isso porque, quanto mais jovem a mulher for na época do congelamento dos óvulos, maiores serão as chances de ter um bebê a partir deles.
Outra recomendação é para aquelas que, por algum motivo específico, poderão vir a ter dificuldades para engravidar. “Mulheres que vão ser submetidas a cirurgias que podem impactar a reserva ovariana, como de endometriose, e as que apresentam fator de risco para menopausa precoce têm indicação de fazer o congelamento mesmo antes dos 35 anos”, alerta o especialista.
Congelamento de embriões
Antes de tudo, vale lembrar que o embrião é o óvulo já fertilizado pelo espermatozoide – no caso, para ser congelado, isso é feito por meio da fertilização in vitro, a FIV. “O método é indicado, basicamente, para casais em um relacionamento estável que decidem adiar a gestação por qualquer motivo, principalmente quando esse adiamento é de médio prazo devido a mudanças de planos”, pontua o médico.
Como já se sabe, durante o procedimento, qual é a qualidade do embrião, há vantagens em relação às chances de uma gravidez de sucesso no futuro. Por isso, a taxa de sobrevivência ao descongelamento dos embriões é superior à dos óvulos. “Por outro lado, pode ter alguma implicação jurídica para o uso desses embriões, já que eles são do casal. Então, em caso de separação, eles podem não ser utilizados”, alerta Rosa.
Quanto custa congelar óvulos e embriões?
De acordo com Rodrigo Rosa, o valor investido em congelamento de óvulos no Brasil, considerando medicamentos, custo laboratorial e honorários médicos, fica por volta de R$ 18 mil. Já o congelamento de embriões, que conta com a fertilização in vitro no processo inicial, é mais caro: em média, R$ 25 mil. Além disso, há uma taxa de manutenção de R$ 1 mil ao ano, tanto para os óvulos quanto embriões congelados.
Vale lembrar, entretanto, que num momento posterior, quando a mulher quiser tentar engravidar, há outros custos. No caso dos embriões congelados, como a FIV já foi feita, o valor é acrescido de R$ 1 mil a R$ 2 mil. Já os óvulos, porém, ainda precisam ser fertilizados antes da transferência, o que acrescenta de R$ 6 mil a R$ 7 mil. O especialista em Reprodução Humana explica que esses valores são próximos ao de uma FIV realizada com embriões frescos, com a diferença apenas referente ao congelamento do material.