Congelamento de óvulos: como funciona e para que serve?
Técnica aumenta as chances de uma fecundação bem-sucedida após a janela reprodutiva natural
O congelamento de óvulos é uma das técnicas que mais vem ganhando espaço no Brasil entre aquelas pessoas que desejam seguir tendo a oportunidade de engravidar mesmo após o ápice do período reprodutivo.
Não é casualidade: um número crescente de brasileiras está optando por ter filhos mais tarde na vida. Segundo o estudo Estatísticas de Gênero, do IBGE, somente entre 2018 e 2022 houve um aumento de 16,8% nas gestações ocorridas entre os 40 e 49 anos. Para a faixa etária de 20 a 29 anos, no mesmo período, houve queda de 11,2%.
A espera para se tornar mãe tem razões sociais e econômicas, muito relacionadas a uma presença maior de mulheres no mercado de trabalho do que em outras décadas. Mas a espera por consolidar a carreira e a vida financeira antes de ter filhos pode tornar mais difícil engravidar naturalmente depois, aumentando a importância de conhecer métodos como o congelamento.
Como funciona o congelamento de óvulos
O objetivo do congelamento é ajudar a aumentar as chances de uma gravidez bem-sucedida no futuro, conservando os óvulos com as características de quando ainda se estava em uma idade mais propícia à fecundação.
Após uma avaliação da saúde reprodutiva, é feito um processo de estimulação ovariana, com injeções de hormônios em ciclos que duram até 15 dias. Essa fase busca maturar mais óvulos do que ocorreria normalmente.
A coleta é feita com uma agulha e é feita com ajuda de sedação. É possível coletar os óvulos mais de uma vez, em diferentes ciclos. Depois disso, eles são conservados em nitrogênio líquido, podendo ficar até 10 anos mantendo suas características praticamente sem perdas, a uma temperatura próxima dos 200 graus negativos.
Novas tecnologias vêm aumentando a vida útil dos óvulos congelados ano a ano.
Quando o congelamento deve ser feito
O ideal é que o congelamento de óvulos seja feito antes dos 35 anos, quando a fertilidade começa a apresentar um declínio mais intenso.
Os custos variam conforme a clínica e o local do país em que você está fazendo – o procedimento em si custa uma média de R$ 10 mil, e também é preciso pagar uma taxa anual para manter os óvulos congelados, que costuma oscilar perto dos R$ 1 mil por ano.