Ceia de Natal: a alimentação do bebê em época de festas

Os cuidados e as comidinhas certas para as crianças pequenas curtir tanto quanto os adultos a diversão gastronômica dessa data tão típica.

Por Mônica Brandão (colaboradora)
Atualizado em 14 mar 2019, 14h18 - Publicado em 28 Maio 2015, 10h47
Alliance/Thinkstock/Getty Images
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1. Quais as melhores comidas de Natal para crianças pequenas?
Com tantas delícias na mesa, fica difícil resistir a oferecer novidades para os filhos, não é? Vá com calma. Para crianças de 6 meses até 1 ano, é possível criar papinhas usando ingredientes típicos dessa época. “Todos trazem algum tipo de benefício”, diz a nutricionista Karine Durães, criadora do site Nutricionista Infantil. “O peru, por exemplo, tem triptofano, aminoácido precursor da serotonina, substância que age no cérebro, promovendo bem-estar  e sono profundo. O peito do chester é rico em proteína e fácil de usar em sopinhas”, sugere. Atenção apenas com os temperos. É melhor usar as carnes sem gorduras e antes de estarem prontas para os adultos. E por conta de alergias, prefira deixar o bacalhau para depois de um ano. O arroz com frutas cristalizadas é super nutritivo, fonte de carboidrato e geralmente cai no gosto dos bebês.

Outra dica é priorizar as frutas da época. O damasco, usado em papinhas doces, é fonte de ferro e fibras, e a uva passa garante o consumo de potássio. Aproveite o Natal para apresentar novidades que aparecem na mesa da ceia, como cereja, lichia e ameixa. “Já é de nossa cultura montar aquela linda mesa de frutas. Isso pode virar uma saladinha ou sucos incríveis!”, diz Melissa Lippe, nutricionista infantil do site Renutrir.

Quando a criança tem entre 1 e 2 anos, você já pode introduzir as castanhas, as nozes e oleaginosas em geral. “Elas são ricas em vitamina E, gordura boa, minerais como selênio, que auxiliam no desenvolvimento cognitivo da criança, e garantem uma boa dose de energia”, explica Karine. Mas, só ofereça se a criança não tiver nenhum histórico de alergia e cuidado redobrado com engasgos! Nessa fase a garotada também pode experimentar pequenas porções dos doces típicos, mas prefira algo bem leve, como a mousses. As frutas secas também são ótimas fontes de fibras, vitaminas e minerais.

A partir dos dois anos, a criança já pode comer de tudo, mas não esqueça de montar um prato equilibrado, com todos os grupos alimentares. Evite carnes cruas ou mal passadas, assim como a maionese caseira, para evitar risco de contaminação alimentar e temperos muito fortes.

2. Existem comidinhas que devem ser evitadas?
Sim. Bebês de 6 meses a 1 ano, por exemplo, não devem comer açúcar. “Trata-se de uma caloria vazia, sem nutrientes, e seu consumo precoce está ligado ao do desenvolvimento de doenças crônicas como o diabete, além de atrapalhar a educação alimentar da criança, que possivelmente preferirá esse sabor em detrimento dos demais”, explica a nutricionista Karine. Excesso de sódio, como em receitas com bacalhau, embutidos ou sementes oleaginosas salgadas, também devem ser ignoradas por essa faixa etária, com o risco de sobrecarregar o rim da criança. Depois de um ano, o maior cuidado é com as frituras, não só pelo excesso de calorias, mas também para evitar o risco de dor abdominal ou azia na criança.

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3. Como montar um prato saudável para a criança no Natal?
É fácil. Siga o seguinte esquema: uma fonte de carboidrato, como arroz, batata, farofa, mandioca; uma fonte de legumes, como cenoura, chuchu, abobrinha ou um pouco de  salpicão (com cenoura e salsão); uma fonte de verduras, como folhas verdes; uma fonte de proteína, como peru, chester, lombo; uma fonte de leguminosa, como lentilha. De sobremesa, uma fruta ou uma porção pequena de outros doces, se a criança for maior do que 1 ano.

Alguns exemplos de pratos: arroz com grãos ou com algum vegetal, os legumes do salpicão (feitos separados para a criança, sem a adição da maionese), uma carne desfiadinha (o peru ou chester, que costumam ser menos gordurosos e condimentados que o pernil e o lombo), frutas cristalizadas (para os maiores), uma farofinha leve (sem bacon) e muitas frutas e sucos. “Os bebês de até 1 ano podem saborear um arroz empapado, os vegetais bem molinhos e amassados com garfo e o peru desfiado”, sugere a nutricionista Daniela Cyrulin, do site Nutri & Consult.

4. É preciso evitar exageros com os doces no Natal?
Sim, e sempre levando em conta a faixa etária, já que, segundo os especialistas, crianças abaixo de 1 ano não devem consumir açúcar. Para elas, ofereça as frutas da época em forma de papinhas ou sucos. Após 1 ano, já podemos oferecer uma pequena porção de sobremesa, mas nada muito elaborado. E prefira os doces feitos à base de frutas. “O consumo de açúcar na infância deve ser controlado não só por uma questão de prevenção da obesidade infantil, cáries e diabete, mas também por uma questão de consciência alimentar mais saudável. A educação nutricional se bem feita desde a primeira infância, trará frutos duradouros”, diz a nutricionista Melissa.

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5. E os petiscos e entradas também precisam ser controlados?
Os petiscos e entradas podem fazer parte da refeição dos pequenos, respeitando o que foi dito sobre os alimentos a serem evitados. Muitas vezes, pelo tamanho pequeno e formatos divertidos, eles fazem mais sucesso do que o restante que será servido. Mas é lógico que os pais devem ficar atentos para que eles não tirem o apetite dos próximos pratos. A capacidade gástrica das crianças é bem reduzida. Quando elas se deliciam com as entradas, sobra “pouco espaço” para a comidinha do jantar, o que vai prejudicar uma nutrição correta e completa.

6. É preciso administrar as quantidades para a criança não passar mal?
Geralmente as crianças preferem brincar e correr a comer, mas exageros podem acontecer, sim, principalmente se há um alimento de que o pequeno goste muito. É necessário respeitar os sinais de fome e saciedade, perguntando e observando. Se desconfiar que ela já esteja satisfeita, e ainda pede mais, sugira aguardar um pouco e invente uma brincadeira para distraí-la. Nesse ínterim, ela pode perceber seu grau de satisfação. Chame a atenção para esse fato, pois isso faz parte da educação alimentar!

7. Como as famílias que seguem o costume de esperar a meia-noite para a ceia devem organizar o horário das refeições das crianças?
Mesmo sendo uma data festiva, criança é criança e sente fome! O dia já será cheio de excitações pelos presentes e amigos em casa e ninguém vai querer somar a falta de comida a isso e acabar com uma criança faminta e irritada. O melhor é organizar os horários e fazer uma pequena refeição antes do horário previsto para a ceia. Cuidado para que a garotada não fique beliscando o tempo todo e acabe sem apetite no jantar. Estabeleça mesmo um horário para o lanche/ceia e organize as crianças para ele. E use o bom senso. Se a garotada comer bem nesse lanche, a ceia provavelmente será menor.

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Fontes:

Daniela Cyrulin, nutricionista criadora da Nutri & Consult, Consultoria e Assessoria Nutricional  e autora do blog de nutrição; Karine Nunes Costa Durães, nutricionista e criadora do Nutricionista Infantil; Melissa Lippe, nutricionista materno infantil, criadora do Renutrir.

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