90% das mulheres que param de fumar na gravidez retomam o hábito um ano após o parto, diz pesquisa
Segundo estudo inglês, o principal motivo para a recaída é o estresse da vida materna.
Em uma revisão de 16 estudos, pesquisadores da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, descobriram dados preocupantes: 76% das mulheres que dizem adeus ao cigarro na gestação voltam a consumir a droga até seis meses depois do nascimento do filho. Um ano após o parto, esse índice varia de 80 a 90%.
A pesquisa – publicada no dia 10 de setembro de 2015 no periódico científico Addiction – tinha como objetivo conhecer o motivo por que tantas mães voltam a fumar, mesmo sabendo de todos os malefícios que esse hábito traz. Para isso, eles analisaram entrevistas feitas com 1 031 mulheres americanas e canadenses, que largaram o vício ao longo da gravidez.
Além de identificar que boa parte delas voltou a dar baforadas depois que seus bebês nasceram, os cientistas notaram algo curioso: o estresse foi o principal fator que fez que com que as participantes se tornassem tabagistas novamente. Entre as situações estressantes citadas pelas voluntárias estão os cuidados com o bebê, as noites maldormidas, a falta de participação do parceiro, a sensação de solidão e a perda de identidade.
E não para por aí: de acordo com o levantamento, muitas mulheres acreditam que, depois do parto e da amamentação, fumar não vai mais fazer mal aos pequenos. Outros pontos que contribuíram para a retomada do vício estão o alívio dos sintomas da gravidez e conviver com um parceiro tabagista.
Os autores do estudo britânico alertam para a necessidade de incentivar essas pacientes a ficarem longe do cigarro. Além disso, é importante que elas se sintam seguras com essa nova identidade que a maternidade traz. Afinal, depois que se tem um filho, fumar não é algo que faz mal apenas a você, mas ameaça também a saúde daqueles que trazemos ao mundo.