Um avô, um pai divorciado e uma filha vivem na mesma casa. De repente, uma outra família chega – sem convite – à residência dos três, virando a rotina deles de cabeça para baixo. Se não fosse confusão o suficiente, acrescente um detalhe: os novos integrantes são extraterrestres, habitantes do planeta Nivilux, que aterrissaram na Terra por acidente.
A história inusitada é sinopse do seriado “Nivis: Amigos de Outro Mundo”, primeira produção original do Disney Junior que combina personagens e cenários reais com animação 3D. Nos 21 episódios da primeira temporada, pudemos acompanhar as divertidas aventuras dos ET’s Nivis – compostos pelo pequeno Blink, seus pais Nika e Baldo e o pet Nox -, que conseguiram a aprovação para morarem por um “tempinho” com os Amoedo, o escritor Felipe (Vinicius Campos), sua filha Isabella (Lourdes Errante) e seu pai Amadeo (Gustavo Masó).
Por meio das situações cotidianas, os personagens aprendem a conviver com as diferenças, a aceitar suas particularidades e, principalmente, a reconhecer novas configurações familiares. Afinal, família é quem cria laços com você, quem te orienta e quem acolhe suas dores – e lidar com o diferente pode ser uma experiência engrandecedora.
Na continuação da trama, que estreia dia 9 de março, a promessa é que o desenho continue trazendo às telinhas temas atuais, como diversidade e inclusão, de forma leve e lúdica. O que já sabemos é que os Nivis finalmente encontrarão o desaparecido “cristalix”, a fonte de energia necessária para fazer a nave espacial funcionar. Mas será que depois de tantos momentos de brincadeiras e aprendizado, eles serão capazes de abandonar seus amigos da Terra?
Para saber mais sobre a série, que é transmitida no Disney Junior de segunda à sexta-feira às 18h, conversamos com o ator, cantor e dublador Tiago Abravanel, que faz a voz de Baldo, o pai dos extraterrestres. Ele falou sobre representatividade, sobre novos dilemas que surgirão no enredo e até sobre como seria como pai. Confere só!
Baldo é um pai brincalhão, atrapalhado e também bastante sensível. Isso já pode ser considerado uma mudança na forma como enxergamos a paternidade hoje?
Não sei se é uma mudança em como enxergamos, mas talvez em como poderíamos ver uma nova possibilidade. A sensibilidade talvez seja o melhor caminho para entender o outro, aprender com o outro. Eu tive a sorte de ter pais extremamente sensíveis e, se hoje tenho essa personalidade, tenho meus objetivos de vida e busco transformar a vida das pessoas de forma positiva, isso tem muito a ver com a sensibilidade com a qual fui criado.
Felipe e Baldo podem até ser de “espécies” diferentes, mas têm em comum a paternidade. Você enxerga mais semelhanças na forma de agir destes personagens?
Muitas. Eu não sou pai, mas acho que ser pai ou mãe não vem com bula, não vem com livro de regras. Você só aprende… Sendo. E quem ensina você a ser pai é o seu filho. Então, apesar de serem de espécies diferentes, estamos falando da mesma questão: o desafio de educar e transformar a vida de alguém que vai nascer, crescer, criar, errar, acertar… Essa sensibilidade e leveza que o Nivis traz chega de maneira muito positiva para nós, espectadores.
Se um dia tivesse um filho, acha que seria um pai mais Baldo ou mais Felipe?
Difícil essa pergunta (risos). Eu sou um pouco desorganizado, então nesse sentido sou um pouco mais Baldo. Mas eu acho que o Felipe tem uma maneira de ver a vida como um sonho, de trazer os desenhos, a criatividade como uma maneira de educar e evoluir – como filho e como pai. Então, neste lugar eu me identifico muito com o Felipe. Espero ser um filho cada vez melhor e, se tudo der certo, ser o melhor pai possível para meu filho.
A Disney está lançando muitas produções que contemplam a diversidade e com novas configurações familiares. O que você pensa sobre esta nova geração de desenhos que traz uma preocupação social?
Eu acho extremamente necessário. Eu acho extremamente maravilhoso. Porque, sim, existem milhões de formações familiares, existem pessoas diferentes, culturas diferentes, e precisamos aprender e evoluir com elas. Dar para o público um entendimento cada vez mais leve, sensível e simples, de que um pai pode criar sua filha sem, necessariamente, ter a figura da mãe presente, assim como a mãe pode fazer o mesmo (e também uma avó, duas mães, dois pais…). Afinal, relação familiar não tem a ver com essa formação “padrão”. O que determina não é só o ventre, mas a relação entre eles. Se não, o que seria de um filho adotado? A figura do pai e do filho se dá pela relação. E isso ser retratado nos livros, nas séries, nos filmes, é muito importante. Quanto mais pudermos ter acesso a isso no nosso cotidiano, mais as pessoas vão encarar como “normal” – não gosto dessa palavra; afinal, o “normal” é relativo, mas é como as pessoas entendem.
Você acredita que enxergar famílias diferentes e personagens que não costumam aparecer nas telinhas, como a vizinha Delfina (Valentina Steffens), interpretada por uma atriz com Síndrome de Down, pode ensinar sobre diversidade e inclusão para as crianças?
Sim, é tratar com naturalidade aquilo que deveria ser natural. Vivemos em uma sociedade em que foram estabelecidos padrões de beleza e de aceitação “limitados”, que, hoje, se ficarmos presos nesse lugar não evoluiremos. Para mim, quanto mais “normal” tratarmos disso, mais atores e atrizes com Síndrome de Down vamos ter, mais protagonistas gordos em novela vamos ter… Me cita um protagonista gordo em uma novela? Eu, por exemplo, não me lembro. E por que a história dessa pessoa não pode ser a protagonista? Se, na minha vida, eu sou protagonista, então a minha história pode ser interessante. Entende? Então, quanto maior a naturalidade que tratarmos as pessoas, sem colocá-los em caixinhas, mais vamos evoluir.
Sem spoiler, mas o que podemos esperar na segunda temporada?
Eles têm um desafio de consertar a nave e, quem sabe, voltar para o planeta. Talvez, fique uma reflexão de que, ‘nossa, foi tão legal estar aqui, será que vale a pena voltar?’ O que – voltar para Nivelux – significa na relação deles como família, e o que significa na vida deles deixar a família do Felipe. Com muitas brincadeiras, claro, e com muitas situações engraçadíssimas, acho que a trama traz essa questão da decisão. Decisão e energia são duas palavras que movimentam essa nova temporada. O quanto você deposita de energia para que algo se resolva.
Novas músicas? Teremos!
Como se a história dos pequenos Nivis não fosse contagiante por si só, a produção ainda conta com diversas músicas “chicletes”, que devem ficar presas por muito tempo na cabeça da criançada (e dos pais! 😂). Para a nova temporada, podemos esperar uma trilha com sete canções inéditas, entre as quais “Os Nivis” já está disponível para cantarmos juntos.
Ah, e como o elenco reúne atores de várias partes da América Latina, as músicas originais estão em espanhol, mas fiquem tranquilos, que elas chegarão dubladas às telinhas. É só dar o play!
Quem ainda não assistiu à primeira temporada, pode também já ir decorando a música de abertura, que traz a voz de Tiago Abravanel. No vídeo, os espectadores podem conhecer tanto os seres do outro mundo quanto a simpática família dos Amoedo. Garantimos: os personagens vão ganhar seu ❤️.