Projeto fotográfico retrata o vazio de perder um filho
A americana iniciou o projeto emocionante após dar à luz um natimorto, em março deste ano.
Perder um filho ainda bebê é um processo doloroso, que vem acompanhado de muita tristeza e frustração. Por conta disso, é um tema muito delicado de ser abordado, mas quem vive essa perda, muitas vezes precisa falar sobre o assunto.
Depois de passar pela experiência traumática de dar à luz um bebê que nasceu morto, uma fotógrafa de Washington, nos Estados Unidos, chamada Susana Butterworth, decidiu canalizar sua dor para um lindo projeto fotográfico que vem emocionando pessoas ao redor do mundo. “Como fotógrafa e artista, eu naturalmente quis transformar minha experiência de perda em algo com significado”, contou ela.
Taylor – teve um bebê natimorto
A fotógrafa estava grávida de seu primeiro filho, que chamaria Walter, quando descobriu que ele tinha trissomia do 18, uma condição genética que causou ao feto problemas severos, como anomalia do formato da cabeça, cistos cerebrais e uma hérnia no diafragma que deslocou alguns órgãos. O bebê não resistiu e, em março de 2017, então com 36 semanas de gestação, Susana deu à luz um natimorto.
“Foi muito devastante, para dizer o mínimo. Eu me senti tão sozinha e isolada”, disse a americana ao site britânico Huffington Post. “As pessoas ao redor de mim não queriam falar sobre a minha perda, porque eles não queriam me ver chorando. Na realidade, isso provavelmente era o que iria me fazer melhor naquele momento”, revelou.
Foi por isso que a fotógrafa criou o “Empty Photo Project” (ou “Projeto Foto Vazia”, em português). Nele, Susana faz cliques de mães e pais que perderam seus pequenos e colhe deles relatos emocionantes sobre a perda e a sensação de vazio pelas quais passaram.
As fotos visam destacar esse sentimento profundo que invade os casais quando o sonho de ter um filho é interrompido. Então, os participantes do projeto carregam um espelho, que simula um buraco neles mesmos.
Cassandra – sofreu um aborto espontâneo
Em um site e nas redes sociais do projeto, Susana divulga os cliques que já alcançaram muita gente que passou pela mesma experiência difícil. “As pessoas têm se sentido gratas por esse projeto. Foi criado uma unidade de cura para quem tem se sentido vazio”, relatou a americana, que se sente feliz por poder ajudar outras mães de alguma forma.
“Eu ouvi alguns participantes dizendo que o projeto os ajudou a se abrir sobre a perda, o que eles nunca tinham tido a chance de fazer antes”, contou.
Ela espera que seu projeto quebre o tabu de perder um filho – seja em razão de um aborto espontâneo ou após o nascimento. “Eu quero que as pessoas percebam que isso pode acontecer com qualquer um e, por isso, esse é um assunto sobre o qual deveríamos conversar. Os pais e mães que perderam filhos não deveriam se sentir sozinhos ou como um peso em um momento tão frágil”.
Chantelle – perdeu sua filha aos 6 meses de vida