O surto de microcefalia que atinge o Brasil desde o fim de 2015 chocou o país e o mundo. De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, até o dia 18 de junho de 2016, foram confirmados 1 616 casos da má-formação cerebral em todo o território nacional, sendo que a maioria se concentra na região Nordeste, em especial no estado de Pernambuco. E foi lá onde nasceu o projeto MacroAmor, do fotógrafo baiano Joelson Souza.
Intrigado com o preconceito sofrido pelas famílias com crianças microcéfalas, Joelson (que também é fonoaudiólogo de formação) decidiu fazer uma sessão de fotos para mostrar que, apesar das dificuldades, esses pequenos são igualmente amados e devem ser tratados como qualquer outra criança. “A ideia era fazer esse ensaio para tentar ser um contraponto a todo o preconceito que essas mães estão sofrendo na sociedade”, revela Souza.
Para isso, o fotógrafo recorreu à ONG UMA – União de Mães Anjos, que presta assistência a mulheres cujos filhos nasceram com a má-formação causada pelo vírus zika e luta pela inclusão dessas crianças na sociedade. A organização está localizada na região metropolitana de Recife e foi por meio dela que Joelson teve contato com as mamães que participaram do ensaio MacroAmor.
O ensaio
A intenção de Joelson era que as fotos transmitissem a verdadeira relação entre as mães e seus filhos. Daí porque a proposta foi fazer os cliques durante um piquenique no parque. Mas, segundo o fotógrafo, acabou que as participantes levaram uma churrasqueira e a coisa ficou bem mais descontraída! “Enquanto isso rolava, fomos fazendo as fotos. E em vários momentos eu parava de fotografar e percebia a relação e os cuidados delas com os filhos. Inclusive, dois pais participaram e pude perceber a importância do pai estar presente“, relata.
Próximos passos
Tanto Joelson quanto as mães da UMA não esperavam a repercussão que o ensaio teve. Após fazer um post em seu Facebook, no dia 21 de junho, a iniciativa foi se espalhando pelas redes sociais até ser noticiada por diversos veículos do país. E agora, a agenda do fotógrafo está lotada! “Vamos organizar grupos de cinco ou seis mães por sessão e continuar a desenvolver o projeto até o fim de agosto. E a partir disso, com o resultado em mãos, vamos ver se fazemos uma exposição ou alguma publicação”, conta Joelson. Ou seja: pode ser que mais coisa bonita venha por aí! Estamos no aguardo.
Confira outras fotos do ensaio a seguir: