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Os principais julgamentos que as mães enfrentam

Perguntamos às nossas leitoras quais foram os momentos em que elas se sentiram mais criticadas desde que tiveram filhos. Veja se você se identifica!

Por Luísa Massa
6 mar 2017, 19h04

Pare e pense: desde que você se tornou mãe, quantas vezes foi julgada pelas decisões que tomou? É justamente nesse momento especial e repleto de descobertas que as mulheres acabam recebendo uma enxurrada de críticas, que vão desde a escolha do nome da criança e o tipo de parto até o método de criação que seguem.

O curioso é que, muitas vezes, os comentários de reprovação vêm exatamente de outras mães – que, ao invés de apoiar, oferecer ajuda e compreender, acabam analisando negativamente quem está passando pela mesma situação que elas já vivenciaram. É aí que surgem os olhares tortos, os palpites indesejados e vemos como falta empatia. 

Perguntamos às nossas leitoras nas redes sociais em quais momentos elas se sentiram mais julgadas desde que tiveram filhos. Confira a lista abaixo e veja como é importante exercitar a sororidade – “relação de união, de afeição ou de amizade entre mulheres” –, especialmente no universo materno.

Gravidez

Grande parte das mães revelaram que os palpites surgiram antes mesmo das crianças chegarem ao mundo. “Meu bebê ainda nem nasceu e já recebo um milhão de críticas porque quero dar chupeta (até do meu marido!), porque estou de 41 semanas e o bebê não nasceu (como se eu tivesse o poder de fazê-lo sair), porque tenho 30 anos e é o meu primeiro filho (alguns criticam porque acham cedo e outros porque acham tarde), porque escolhi um quartinho montessoriano, porque não gosto de roupinhas cheias de desenhos…”, exemplificou a socióloga Cíntia Barros.

A biomédica Mirella Oliveira também tem enfrentado uma situação parecida. Ela está grávida de apenas 7 semanas e desde então escuta muitas coisas: “Já começaram a me bombardear com tantas críticas – até nos nomes estão dando palpites. Na minha alimentação, no lugar onde moro (pois tem escadas na minha casa, mas as subo devagar). Enfim, tento relevar e fazer cara de paisagem”. Realmente, o importante é filtrar aquilo que dizem. A baiana Thami Costa, que está na 12ª semana de gestação, segue essa tática. “Críticas sempre vão ter, mas o que importa é que a opinião que prevalece é a da mãe e do pai. Tem que existir uma barreira porque, se deixarmos, haja opinião, crítica, sugestão”, destacou.

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Parto

Normal, cesárea, em casa ou no hospital: a maneira como o bebê chegará ao mundo também é outra questão polêmica, que costuma gerar inúmeros julgamentos. A Dulce, mãe do pequeno Luis Eduardo, comentou que passou por isso quando optou pela cesárea eletiva. Já Priscila Marinho Kirrian, que fez um parto domiciliar planejado, chegou a ouvir que a sua intenção era matar o filho: “Só quero ressaltar que as críticas vêm, sim, mas como tenho apoio de quem realmente interessa, fica muito mais fácil ter confiança em minhas escolhas. O resto é o resto. O meu filho nasceu lindo, em casa, com a assistência de uma equipe profissional e foi muito seguro”, explicou.  

Amamentação

Esse é outro tema que causa grandes dilemas no universo da maternidade. Muitas vezes as pessoas simplesmente criticam sem ao menos saber qual é a realidade que a mãe e o filho enfrentam. A paulistana Mi Leomil Fontes, mãe do Miguel, deu o seu depoimento pessoal: “Apesar de todas as dificuldades, entre elas trabalhar fora, o meu filho está com 11 meses e eu ainda amamento a madrugada toda. Amo amamentar, mas sou muito criticada por isso! [Dizem] que sou louca, que tenho que desmamar, que com 11 meses o meu leite está fraco e não o sustenta mais… Muitas baboseiras”.

Já Camila de Paula é mãe de um menino de 11 anos e uma menina de 4 meses. Ela contou que enfrentou dificuldades no início da amamentação da caçula e se sente julgada por isso. “O que me chateia é a pessoa falar que a minha pequena está com fome, que tenho que dar mamadeira. Eu já dou o complemento desde que ela nasceu, pois meu leite demorou um pouco para descer. Agora tenho leite suficiente, graças a Deus, só que ela acostumou com o complemento e pelo menos duas vezes ao dia eu dou, mas me incomoda muito a pressão das pessoas dizendo ‘ela está com a barriga murcha’, ‘ela quer mamadeira’, ‘já está na hora de dar comidinha’. Poxa, eu sou a mãe e sei bem o que devo fazer”, escreveu no Instagram.

Alimentação

Que mãe nunca ouviu palpites sobre os alimentos que oferece para o filho? Tatiana Maeda tem que lidar com comentários negativos porque não permite que o seu pequeno consuma nenhum tipo de doce, embutidos, salgadinhos, bolachas e refrigerantes. “Quando ele começa a chorar porque quer algo que não pode, explico que não pode e não dou mesmo que ele continue chorando. As pessoas à minha volta falam: ‘coitadinho, ele está com vontade! Dá só um pouquinho pra ele experimentar’ ou me olham com aquele olhar de: ‘nossa, que mãe ruim, nem deixa ele ser feliz’. Eu simplesmente ignoro no momento, mas depois fico nervosa porque quero o melhor para o meu filho e não quero opiniões – apenas que aceitem o meu ponto de vista, assim como não julgo quem quer dar qualquer coisa para o filho comer”, esclareceu a mamãe.

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Também existem aquelas que oferecem todos os tipos de alimentos para a criança, não excluindo nenhum deles da dieta, como é o caso de Dulce. “Ouvi críticas por causa da alimentação. [Meu filho] come de tudo, inclusive doces e gostosuras. Ficaria o restante da noite listando aqui as críticas que há exatos 5 anos e 5 meses recebi e ainda recebo. Aprendi a filtrar as críticas construtivas e a ignorar as destrutivas”, afirmou.  

Educação 

Outro fator frequentemente analisado é a maneira como os pais decidem educar o filho. As pessoas costumam questionar as escolhas feitas por eles desde cedo e, em grande parte das vezes, a cobrança cai sobre a mãe. Taíres Sousa, que tem a pequena Heloá, passou por isso: “Odeio quando alguém fala: ‘nossa, mas assim vai ficar mimada. Você tem que fazer assim para ela acostumar que nem sempre terá você por perto’. O que eu sempre digo é que cada um sabe o que é melhor para os seus filhos”.  

A Luana, mamãe da Liz, também escuta comentários relacionados com a maneira que escolheu disciplinar a filha. “Passei a ser mais criticada depois de ser mãe, principalmente quanto a forma de criar e educar minha filha. Porque criança é diferente em relação às fases de desenvolvimento (o que é óbvio – cada bebê tem seu tempo. Na verdade, cada pessoa tem seu tempo). Acham que eu não estimulo, que mimo demais, que não deixo chorar, que não deixo no chão, somente no meu colo… De fato, não deixo mesmo minha filha chorando. Se ela pede colo, eu dou. Se pede ‘tetê’, dou também. Acho que tudo tem o seu tempo”, opinou no Instagram.

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