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Mães mandam a real sobre a experiência de amamentar

Perguntamos às leitoras quais foram as dificuldades que elas tiveram durante o aleitamento materno – e que não estavam previstas no manual da maternidade!

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 6 mar 2017, 19h01 - Publicado em 27 jul 2016, 17h09

Até parece que é algo instintivo: logo depois que o bebê nasce, basta colocá-lo no peito para que ele comece a mamar. E assim será até quando mãe e filho quiserem (ou quando a licença-maternidade permitir!). Bom, pelo menos é essa a impressão que dá quando vemos mulheres amamentando em revistas, na internet ou em comerciais de televisão. Mas a verdade é que, na vida real, não é bem assim. A amamentação é, sobretudo, um exercício constante de paciência, dedicação e persistência – dói, precisa ser feita do jeito correto para funcionar, exige horas e horas sem dormir e, às vezes, simplesmente não acontece.

O problema é que muitas mulheres passam a gravidez inteira achando que dar de mamar ao filho vai ser fácil e não se dão conta de que os perrengues da gestação e do parto são apenas o começo do que está por vir. Se você faz parte da turma que ainda não conhece as dificuldades do aleitamento materno, não se preocupe. Perguntamos às nossas leitoras no Facebook o que ninguém havia contado a elas sobre a experiência de amamentar – e que elas só descobriram na prática (e na raça!). Leia os depoimentos a seguir e prepare-se:

Dor, sangue, frustração e culpa

“Ninguém me contou que o tão esperado dia do leite descer seria um dos piores da minha vida. Seios cheios, pesados e vazando o dia todo. Um desespero. Ninguém contou que a pega seria tão difícil. Que a dor, os sangramentos, as rachaduras e os mamilos invertidos me deixariam quase louca. E que tudo isso me causaria grande culpa. E, principalmente, ninguém me contou que aquele cartaz sobre a amamentação, com todo mundo feliz e satisfeito, era mentira. Mas sobrevivemos. Foram dois meses muito difíceis, mas estamos bem, e minha filha é feliz e saudável”, depoimento de Poliana Corrêa.

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Falta de apoio

“No meu caso, o que ninguém me contou não foi a dificuldade de amamentar em si, mas o fato de que, mesmo tentando inúmeras vezes, sofrendo por não conseguir, chorando e me sentindo a pior mãe do mundo, eu ainda teria que ouvir de enfermeiras, médicos e familiares frases como ‘então tá, né, você não quer amamentar’ e ‘você não está se esforçando o bastante’, em tom irônico. Trocaria mil vezes qualquer dor, sono e fome para não ter que ouvir isso. Mas bola pra frente, minha filha prematura hoje está saudável e é isso que importa!”, depoimento de Roberta Menzato.

Todo dia, toda hora

“O que ninguém me contou foi o quão difícil e exaustivo é dar de mamar a toda hora. Meu peito não ficou ferido e tive muito leite, o mais difícil era ter que dar o peito de três em três horas, às vezes até de 40 em 40 minutos! E ainda tinha os 30 minutos para o bebê arrotar. Todo mundo só me falou da dor no peito. Mas graças a Deus, quando a minha filha completou 2 meses, começou a dormir a noite toda!”, depoimento de Poliana Monti Dalfior.

Quando o bebê não quer o peito

Halfpoint/Thinkstock/Getty Images Halfpoint/Thinkstock/Getty Images

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“Meus dois filhos não pegaram o peito. Eu ficava horas sentada na maternidade com eles chorando de fome porque não mamavam. E eu tinha bastante leite, sabia como fazer, mas meus filhos não mamavam de forma alguma. Meu primeiro filho tentei durante quinze dias, mas sem sucesso algum, ele passava horas no meu peito e saía chorando. Lembro que eu também chorava, me sentia culpada, além de ter o peito machucado. Com a minha filha passei o mesmo sufoco na maternidade e, quando voltei para casa, tive que dar fórmula mesmo. Acontece com muitas mulheres, amamentar não é tão fácil quanto parece”, depoimento de Adriana Silva.

A tranquilidade é fundamental

“Não sabia que eu precisaria de um ambiente tão calmo, de zero estresse, para conseguir amamentar. Me falaram do contato olho a olho, tudo muito romantizado. Faltou-me a noção de realidade para organizar tanto a minha cabeça quanto um ambiente pra amamentação, assim como me preparei para o parto”, depoimento de Juliana Amorim.

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O leite que não desce

“Me falaram muita coisa sobre a gravidez e o parto, menos que o leite poderia demorar pra descer. O meu bebê não mamou quando nasceu e por isso ele teve hipoglicemia, ficou uma semana internado. Mas graças a Deus e com a ajuda das enfermeiras, ele pegou e hoje está com 2 anos e 3 meses e ainda mama. Fiquei muito frustrada no começo, mas deu tudo certo, meu peito não rachou, não tive nada. Simplesmente amo amamentar!”, depoimento de Alessandra Assiz Moreno.

A bendita pega

“O que não me contaram é que a gente tem que aprender a amamentar e que o bebê tem um jeito certo de pegar o peito. E se ele pega errado, dói e machuca muito, o seio fica muito sensível. Uma fissura pode levar a uma rachadura muito dolorosa e incômoda, depoimento de Kássia Taciane Silva.

Pode não dar certo

“Às vezes, a gente não consegue! Foram três meses de ‘briga’ para minha filha pegar o peito. Eu tive pouco leite (isso acontece mesmo!) e depois ela nem queria mais pegar. Tentei relactação com sonda nasogástrica, tomava três tipos de remédios diferentes e não aconteceu como eu esperava. Me frustrei muito. Doeu não poder amamentar”, depoimento de Cristiane Paim.

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