Não é novidade que o estresse está na lista dos fatores que dificultam a concepção. Mas um grupo de cientistas da Faculdade de Saúde Pública T.H. Chan da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, resolveu ir um pouco mais a fundo nesse assunto e investigou como a rotina de trabalho pode atrapalhar os planos de uma mulher que deseja se tornar mãe.
Para isso, eles analisaram dados de 1 739 voluntárias que fizeram parte, entre os anos de 2010 e 2014, do Nurses’ Health Study – um estudo populacional focado em profissionais de saúde que respondem, periodicamente, a questionários sobre doenças, hábitos alimentares, estilo de vida… A média de idade das participantes era de 33 anos e todas estavam tentando engravidar.
A cada seis meses, os pesquisadores avaliavam as pacientes para saber quanto tempo elas estavam levando para conceber. A maioria trabalhava durante o dia ou a noite. Mais de 30% das voluntárias declararam se dedicar além de oito horas diárias ao seu ofício e 40% assumiram carregar peso até cinco vezes ao dia.
No fim da investigação, concluiu-se que aquelas que trabalhavam mais de 40 horas semanais levavam um tempo 20% maior para engravidar do que as mulheres que ficavam entre 21 e 40 horas por semana no local de trabalho. E não para por aí: quem carregava acima de 11 quilos até 15 vezes ao dia também tinha mais dificuldade para gerar um bebê. Essas associações se mostraram ainda mais evidentes em mulheres obesas ou com sobrepeso.
Segundo os autores da investigação, os mecanismos envolvidos nesse processo ainda não estão totalmente esclarecidos. Em entrevista à agência de notícias Reuters, a líder do estudo, Audrey Gaskins, disse que fatores como ciclo menstrual irregular, pouco sono e estilo de vida desequilibrado – avaliados no levantamento – não explicam por que essas mulheres têm mais problema para engravidar. De qualquer modo, fica o conselho: viver a vida de maneira mais leve pode ser uma boa para quem deseja aumentar a família.