“Uma mãe ajuda a outra” ou “é preciso uma vila para criar uma criança”: estes mantras da sororidade materna foram levados à risca por este grupo de mulheres norte-americanas. Tudo começou quando duas mães, Holly Harper e Herrin Hopper, muito amigas, ficaram recém-divorciadas na pandemia. Junto com a complicada tarefa de criar os filhos de maneira solo, veio também as dificuldades para pagar as contas de casa, em Maryland (EUA).
Foi aí que elas se lembraram de uma brincadeira que costumavam fazer dizendo que, um dia, iriam criar uma comunidade para criar os filhos juntas. “Holly e eu dissemos, “por que não fazer mesmo isso?”, disse Hopper em entrevista ao Today Parents.
Em 2020, elas conseguiram unir seus recursos, saíram de seus apartamentos pequenos e compraram uma casa com quintal, onde se mudaram com as crianças. Duas outras amigas mães, Leandra e Jen, se juntaram nessa empreitada – num sistema de aluguel específico para co-habitantes – e agora as quatro criam as cinco crianças (e 3 cachorros!) numa irmandade.
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Mas como é a rotina?
Entre roupas trocadas, xícaras de café e ipads largados, as mães fazem reuniões em que decidem democraticamente todos os detalhes da rotina e da casa, onde todas as contas são divididas. Claro que nem tudo são flores e o cotidiano é cheio de altos e baixos, brigas entre as crianças – que tem de 9 a 14 anos -, mas também muita ajuda, união, cuidado e companhia entre as mães e entre as crianças. “Sempre tem alguém com quem brincar, é muito mais divertido!”, diz Harper. Além disso, sempre que uma mãe precisa sair ou quer fazer algo sozinha, ela sabe que terá um adulto responsável cuidando do seu filho.
Elas também dividem os carros, uma cama elástica, um quarto só para artesanatos e até passeiam os cachorros das amigas. Para que ninguém perdesse o conforto e a privacidade, as mães dividiram a casa em quatro “unidades”, como um pequeno condomínio. Elas também contaram ao site Insider que contrataram uma arquiteta que fez um projeto especial para as áreas em comum, para os quartos e já planejam uma extensão da casa.
A group of single moms in Takoma Park, Maryland decided to buy a house together and in the process, are saving thousands! https://t.co/FU0TxAqhOP pic.twitter.com/8Y9slvcZS3
Continua após a publicidade— FOX 5 DC (@fox5dc) March 3, 2022
A oportunidade de uma vida fora dos padrões
“Siren Foundry (em livre tradução, Fundição Sirena) é uma criação dos nossos corações, uma mistura dos nossos recursos, uma mão para segurar enquanto corremos riscos que não imaginaríamos ter que correr sozinhas. A Casa Sirena é a representação física da nossa comunidade. Da nossa casa. Do nosso espaço seguro. O lugar que dormimos e cuidamos das nossas crianças”, explica o site do projeto. Sirena, o ser mitológico (meio humano, meio animal) foi escolhido por ser um símbolo de empoderamento feminino, segundo as criadoras.
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“É quase como uma rede espiritual de segurança aqui todos os dias”, conta Hopper, que completa: “Eu posso ser a pior parte de mim, eu posso ser a melhor parte de mim e elas me enxergam como eu sou e isso é ok”.
A “grande família” que formaram quebra os padrões de uma vida mais tradicional, mas para as amigas, foi um grande aprendizado saber que não era preciso seguir os estereótipos para serem felizes. “Você pode fazer o que quiser. Queime o livro das regras da sua vida e olhe para ela diferentemente”, opina Harper.