Não há dúvidas de que a gravidez é um momento superespecial. A mulher sonha com o filho que está a caminho, emociona-se quando escuta o coraçãozinho dele batendo pela primeira vez, tem a deliciosa missão de montar o enxoval, preparar o chá de bebê… Em contrapartida, este é um período de enjoos, de mudanças de humor provocadas pelas alterações hormonais, de inchaço e, quando chega o terceiro trimestre, de inúmeros incômodos. É essa parte difícil do dia a dia da gestante que a ilustradora Line Severinsen registra – sempre com bom humor – na série Kos og Kaos (Afagos e Caos, em português).
Mãe de um casal – Maia, de 3 anos e 5 meses, e Mikael, que está prestes a completar 6 meses -, a norueguesa revela em seu site que começou a desenhar quando ficou doente no início da primeira gestação. Para ela, a atividade era como uma terapia e a fazia se sentir melhor. E o que era para ser apenas uma forma de aliviar a tensão acabou ganhando popularidade. Hoje, ela reúne as ilustrações não apenas em seu blog, mas também nas redes sociais.
Confira abaixo uma parte da obra da ilustradora e conte com qual (ou quais) situação você se identifica!
1. Quando bate aquela vontade incontrolável de comer chocolate
Por volta da 27a semana de gestação, os famosos desejos costumam aparecer.Não há uma explicação científica para isso, mas os médicos suspeitam que seja a carência de algum nutriente – ou simplesmente de receber um carinho. De qualquer forma, quanto mais perto chega a hora do parto, maior é a ansiedade da futura mãe, que tem expectativas em relação à saúde do bebê, à forma como irá lidar com a maternidade… Soma-se a isso as mudanças fisiológicas e hormonais que a gestante enfrenta. Daí, é absolutamente normal ter o impulso de comer doces. O prazer proporcionado pelo açúcar parece aliviar essa apreensão, mas não se engane! É importante seguir uma dieta equilibrada ao longo dos nove meses, para evitar problemas como o diabete gestacional e a hipertensão.
2. Ou de tomar algum drinque em uma comemoração
Pode ser o seu aniversário, Natal ou Ano Novo e a restrição é sempre a mesma: não ingerir absolutamente nada de álcool durante toda a gestação. Em estudo publicado nesta edição de novembro do jornal científico Pediatrics, a Academia Americana de Pediatria (AAP) concluiu que não há dose segura do consumo de bebidas ao longo dos nove meses. A ingestão de álcool – em qualquer fase da gravidez – pode levar à Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que pode provocar diversos problemas estruturais e funcionais no bebê, como retardo mental, malformações faciais, neurológicas, cardíacas e renais.
3. Aquele momento em que você assiste a vídeos de partos e cai no choro
As variações hormonais durante a gravidez provocam profundas alterações na mulher, tanto físicas quanto emocionais. Por isso, elas ficam mesmo com a sensibilidade mais aguçada, oscilam de humor e acabam se irritando com maior facilidade. E não é para menos! São tantos dilemas que surgem na cabeça da gestante que é difícil evitar as lágrimas – especialmente quando o nascimento do bebê se aproxima. O medo do parto e a insegurança de não ser uma boa mãe tomam conta e deixam qualquer uma à flor da pele. Mas é possível manter a tranquilidade, focando em você e no seu filho sempre com pensamentos positivos. Tudo vai dar certo!
4. Quando você se cansa de todo mundo passando a mão na sua barriga
Não tem jeito! Basta a sua barriga começar a despontar para ~ qualquer ~ pessoa querer tocá-la. No início, você pode até encarar como um gesto de carinho, mas conforme a gestação avança – e o barrigão aumenta – essa atitude só incomoda.
5. Ou quando a barriga se torna um elemento estranho durante o sexo
“Eu cutuquei o bebê”
Machucar o bebê durante a penetração é um dos maiores medos dos homens, mas não passa de um mito! O feto está protegido por várias camadas de músculos e envolto no saco gestacional (formado pela bolsa que abriga a bebê e pelo líquido amniótico). Além disso, existe ainda uma membrana que fecha a entrada do útero, protegendo-o de contaminações e contatos. Ou seja, não há motivos para se preocupar! A menos qua haja alguma restrição médica, os casais podem, sim, curtir a gravidez com prazer, sem receios ou preconceitos. Inclusive, a sexóloga Laura Muller sugere algumas posições que deixam a barriga à vontade.
6. E fica cada vez mais difícil encontrar uma posição confortável para dormir
A partir do terceiro trimestre, você não poderá mais deitar de bruços e, se ficar de barriga para cima, provavelmente vai sentir falta de ar. A melhor posição será mesmo virada para o lado esquerdo. Por isso, os travesseiros se tornarão seus grandes companheiros! Você pode colocar um a mais na cabeça para ajudar na respiração, usar outro entre as pernas para encaixar melhor o quadril ou até mesmo lançar mão daqueles modelos especiais, que abraçam toda a lateral do corpo. Além disso, descansar durante o dia, praticar atividades físicas, não ingerir comidas pesadas no jantar e tomar um banho morno antes de ir para a cama podem ajudá-la a ter uma boa noite de sono.
7. As visitas ao banheiro ficam cada vez mais constantes
A sua vontade de fazer xixi será proporcional ao tamanho da sua barriga. Isso porque o crescimento do útero pressiona a bexiga, diminuindo sua capacidade de armazenamento de urina. Por isso, passeios muito longos durante o dia podem se tornar exaustivos para as gravidinhas. Para não precisar se levantar tantas vezes e não prejudicar a sua noite, evite o consumo de líquidos cerca de duas horas antes de dormir.
8. E as cãimbras também tiram o seu sono
Sim, elas são muito comuns durante a gestação. Toda a circulação do corpo fica comprometida nesta fase, não só pela ação hormonal, como pela compressão do sistema vascular por onde retorna o sangue dos membros inferiores, diminuindo o fluxo sanguíneo e a oxigenação dos músculos das pernas – o que favorece o surgimento das cãimbras. Para evitar essas fisgadas, manter uma dieta rica em cálcio e potássio e praticar exercícios físicos são ótimas alternativas.
9. Quando o inchaço toma conta e você parece um boneco inflável
É assim mesmo! A maior parte das gravidinhas reclama do inchaço, principalmente nas últimas semanas da gestação, quando parece que seu pé já não cabe mais em nenhum sapato e as rasteirinhas a acompanham em ~ qualquer ~ ocasião. E, assim como no caso das cãimbras, a culpa é da má circulação provocada pelos hormônios e pelo crescimento do útero, que comprime os vasos sanguíneos. Com isso, o sangue das partes baixas não sobe corretamente para o coração e se acumula nas pernas e tornozelos – o que acarreta a dilatação do sistema vascular periférico e, consequentemente, a retenção de líquidos na camada subcutânea. A drenagem linfática é uma grande aliada na redução do inchaço, mas não é indicada para gestantes com insuficiência renal, hipertensão não controlada ou doenças relacionados ao sistema linfático – como a trombose. Neste último caso, o ideal são as meias de compressão, que devem sempre ser recomendadas por um especialista.
10. E você já não consegue fazer as mesmas coisas de antes
Pode admitir: fazer a depilação nas últimas semanas da gravidez é quase um parto! Afinal, a partir da 33a semana, a sua barriga já deve alcançar cerca de 32 cm de altura. Daí não é mesmo nada fácil se abaixar, dormir, andar (que peso!) e até comer. Com o barrigão pressionando o estômago, você pode sentir menos fome e ter mais azia a cada refeição. Mas calma, logo logo tudo isso passa!
11. Nem mesmo calçar os sapatos!
Quando isso acontecer, não tenha medo de pedir ajuda – melhor do que você gastar horas fazendo tanto esforço e pressionando a barriga.
12. Chega o momento em que o bebê parece um lutador de boxe
No início da gravidez, você não vê a hora do filhote mexer – o que acontece por volta da 17a semana de gestação (não fique preocupada se você já estiver nessa fase e ainda não sentiu nada. É normal! Em breve você vai notar essa sensação indescritível). Depois, ele chutará como um verdadeiro jogador de futebol – e suas costelas serão o alvo preferido! Já na reta final, quando o espaço na sua barriga ficar cada vez mais apertadinho e o bebê se encaixar, as estripulias serão menores, embora ele continue se movimentando.
13. E você é bombardeada por palpites!
“Você está esperando trigêmeos?” / “Você vai explodir!” / “Nossa, você está enorme!”
Reparam se a sua barriga demora um pouco para aparecer – e ainda mais se ela está grande! Prepare-se para receber todo tipo de pitaco, dos itens do enxoval ao tipo de parto que você deve fazer. A maior parte das gestantes tem uma história para contar de algum conselho que recebeu ao longo dos nove meses. Algumas vezes, a pessoa pode ter a melhor das intenções, mas em outras os comentários são mesmo bem maldosos.
14. Inclusive, querem participar da escolha do nome do SEU filho
“A melhor coisa na hora de escolher um nome é pensar em quais pessoas você odeia”
Já é difícil o casal entrar num acordo (seja menino ou menina), agora imagina quando a tia, a avó, o padrinho, a colega do trabalho e até mesmo pessoas completamente desconhecidas querem “ajudar” na escolha no nome? Na verdade, isso só serve para deixar os pais ainda mais confusos! Se você já sabe o sexo do seu filho e está indecisa, algumas dicas podem ajudá-la nessa missão. E a nossa ferramenta com os significados dos nomes de bebês também!
15. Você tem medo de a bolsa estourar a qualquer momento
São tantas cenas na TV e no cinema que mostram uma grávida indo desesperadamente para a maternidade quando a bolsa estoura, que é impossível não ficar com essa imagem na cabeça e se apavorar só de pensar que isso pode acontecer a qualquer hora e, pior, em algum lugar público. Antes de mais nada, calma! Primeiro porque na maioria das vezes a bolsa se rompe durante o parto. Em geral, o primeiro sinal de que o bebê está para nascer são as contrações. Segundo porque mesmo que ela estoure, ainda demora algumas horas para o parto acontecer de fato. Então, fique tranquila e só corra imediatamente para o hospital se o líquido que sair da bolsa estiver escuro.
16. Quando o bebê nasce, os olhares de reprovação continuam
Infelizmente, a amamentação em público ainda é tabu em muitos países. Em um estudo de 2015, 47,5% das brasileiras relataram que já sofreram preconceito por alimentar seu bebês na frente de outras pessoas, colocando o Brasil no topo dos países que mais censuram a mulher por este ato de amor, que só traz benefícios e estreita o vínculo entre entre mãe e filho. Além disso, recentemente, uma mulher criou polêmica nas redes sociais ao dizer que dar de mamar em público é “coisa de pobre”. Inacreditável!
17. E dormir por oito horas seguidas vira artigo de luxo
Passar noites em claro e não ter tempo nem mesmo para escovar os dentes, tomar banho ou pentear o cabelo é bem comum nos primeiros dias com um recém-nascido em casa. Por sinal, o pijama nunca esteve tão na moda! Mas, aos poucos, você e seu bebê vão aprendendo a ser mãe e filho e começam a estebelecer uma rotina, que fará bem para o seu sono e o dele. Contar com a ajuda do parceiro, pedir ajuda sempre que necessário, organizar a sua alimentação e pedir para os parentes e amigos ligarem antes de fazer uma visita também são dicas que vão ajudá-la a dormir melhor no pós-parto.
18. Você vai se tornar expert na arte do equilibrismo
Casa, trabalho, filhos, vida amorosa… Lidar com tantos compromissos é o maior dilema das mulheres depois que se tornam mães. Com essa preocupação toda vem a famosa culpa, que muitas vezes faz você se sentir a pior mãe do mundo. Mas não precisa ser assim! Com pequenas mudanças nos hábitos da família toda, é possível levar uma vida mais tranquila, sem mal-estar e de bem com você, para que tenha realizações em todas as esferas que desejar – sejam elas pessoais ou profissionais.
19. E ter orgulho das marcas que seu filho deixou
“Marcas de estrias? Você quer dizer listras de tigre?”
Depois de dar à luz, o seu peso e o seu abdômen podem não ser mais os mesmos. Mas isso não é motivo para se envergonhar – muito pelo contrário! A fotógrafa americana Natalie McCain acredita tanto nisso que lançou o The Honest Body Project (O Projeto do Corpo Honesto), retratando mulheres e todas as transformações físicas pelas quais passaram depois de gerar um filho. O objetivo é ajudar as mães a aceitarem seus corpos e tentar acabar com a pressão que elas sofrem em busca de um corpo perfeito. Natalie defende: “Aprecie suas estrias, elas mostram que uma criança cresceu dentro de você. Ame os seus seios no pós-parto, eles mostram que o seu corpo produziu leite para amamentar o seu pequeno. Ame você mesma”.
20. No fim, sabe que tudo valeu a pena!
Isso porque você tem o maior dom do mundo: o de gerar um bebê!