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Mãe faz relato sobre não ensinar o filho a ler e post viraliza

Crystal Lowery listou todos os outros valores que o pequeno de 5 anos está aprendendo em vez de passar o dia sentado em frente à escrivaninha.

Por Julia Carneiro
Atualizado em 24 ago 2017, 19h54 - Publicado em 24 ago 2017, 19h53

A criação dos filhos, passagem de valores e a idade com que cada criança deve aprender determinadas ações são assuntos que costumam gerar burburinho entre as mães. Dificilmente chega-se a um consenso do método mais adequado a se seguir com os pequenos, uma vez que cada família vive sua realidade pessoal dentro de casa.

Nadando contra a corrente de comentários e opinões indesejadas que as pessoas amam dar na criação dos filhos alheios, a comediante Crystal Lowery escreveu um post que já começa com a polêmica frase: “Eu não estou ensinando meu filho de 5 anos a ler”.

Logo após apresentar o tema do seu desabafo, Crystal segue dizendo: “Não me entendam errado, nós lemos livros o tempo inteiro. Já nos imaginamos na Fábrica de Chocolates do Willy Wonka e estamos na página 170 de Harry Potter e a Câmara Secreta. Estamos ensinando-o a gostar de histórias e se perder em meio aos personagens. Mas não estamos ensinando a ler. Ainda não. Ele está muito ocupado aprendendo outras coisas”.

Ao longo do texto, a mãe descreve os diversos valores que o seu filho está ganhando ao viver experiências comuns do dia a dia de uma criança com a idade dele, em vez de se preocupar em aprender a interpretar as letrinhas, antes mesmo de começar a pré-escola. Veja alguns trechos:

Ele está aprendendo a ter espírito esportivo. Como esperar a sua vez para jogar Candy Land e não se gabar quando avança de fase antes da sua irmã.

Ele está aprendendo a se exercitar. Ele corre atrás do cachorro, escala brinquedos no playground, dança (bem) e pratica karatê (mal). Ele vai precisar do seu corpo por um bom tempo, então ele está criando músculos por meio de atividades em vez de se sentar diante de uma escrivaninha o dia todo.

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Ele está aprendendo a como cuidar das coisas. Por tentativa e erro (e quanto erro!) ele já viu o que acontece quando deixa um livro na chuva, ou um pedaço de massinha na mesa por uma noite toda.

Ele está aprendendo a ser criativo. Como desenhar seu próprio livro de gravuras cheio de monstros e como construir uma nave espacial imaginária com caixas de papelão.

Publicada no Facebook no dia 19 de agosto, a postagem recebeu muitos comentários de famílias que pensam como Crystal. “Eu não aguento isso de ‘ensine o seu bebê de 3 meses de idade a ler’ . Quando eles saírem da escola para procurar um emprego, ninguém vai dizer ‘Oh, você leu aos 8 meses de idade? Está contratado!”, escreveu uma mãe. “De uma professora e mãe, digo que belo trabalho e tão lindamente escrito! Seus filhos têm tanta sorte de ter você como mãe!”, disse outra. 

Já outros pais argumentaram que é possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo: ensinar uma criança não só a ler, como todas as outras coisas importantes na vida, como as que Crystal cita nas redes sociais. “Eu entendo o que eles querem dizer, mas meu ponto é que meu filho está aprendendo muitas outras coisas agora para se concentrar em fonética”, rebateu a comediante.

Leia o relato completo abaixo e, em seguida, a tradução:

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“Não estou ensinando meu filho de cinco anos a ler. Não me entendam errado, nós lemos livros o tempo inteiro. Já nos imaginamos na Fábrica de Chocolates do Willy Wonka e estamos na página 170 de Harry Potter e a Câmara Secreta. Estamos ensinando-o a gostar de histórias e se perder em meio aos personagens. Mas não estamos ensinando a ler. Ainda não. Ele está muito ocupado aprendendo outras coisas.

Ele está aprendendo a ter espírito esportivo. Como esperar a sua vez para jogar Candy Land e não se gabar quando avança de fase antes da sua irmã.

Ele está aprendendo a construir. De blocos, a palitos, a Legos, ele sente o peso de cada material com seus pequenos dedos e examina a integridade das várias estruturas que ele fez.

Ele está aprendendo a se exercitar. Ele corre atrás do cachorro, escala brinquedos no playground, dança (bem) e pratica karatê (mal). Ele vai precisar do seu corpo por um bom tempo, então ele está criando músculos por meio de atividades em vez de se sentar diante de uma escrivaninha o dia todo.

Ele está aprendendo a como cuidar das coisas. Por tentativa e erro (e quanto erro!) ele já viu o que acontece quando deixa um livro na chuva, ou um pedaço de massinha na mesa por uma noite toda.

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Ele está aprendendo a ser criativo. Como desenhar seu próprio livro de gravuras cheio de monstros e como construir uma nave espacial imaginária com caixas de papelão.

Ele está aprendendo sobre o ecossistema. Ele observa insetos, flores e tempestades. Ele vê como flora e fauna habitam o mundo juntas e interdependentes.

Ele está aprendendo que a chave da felicidade é manter o foco nas suas bênçãos em vez de reclamar sobre o que ele não tem.

Ele está aprendendo a pedir desculpas. A superar seus próprios sentimentos feridos e ter empatia com outras crianças quando houver um conflito.

Ele está aprendendo a perdoar. A entender que todo mundo comete erros e que ele pode amar outras pessoas independentemente de seus defeitos.

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E, após descrever como o seu pequeno ganha conhecimento com situações cotidianas e importantes para o crescimento da sua personalidade, a mamãe conclui dizendo:

Ele está aprendendo lições importantes todos os dias. Mas ele não está aprendendo a ler. E, ainda que ele não comece o primeiro dia de pré-escola com ‘habilidade de leitura avançada’, ele chegará na sala de aula com muito mais.

A habilidade de tentar novas coisas sem ficar frustrado.

A habilidade de fazer amigos, mesmo que amizade seja um negócio confuso.

A habilidade de ouvir os outros e seguir instruções.

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A habilidade de resolver problemas.

A habilidade de se concentrar em uma tarefa.

São tantas coisas que nossas crianças aprendem e isso não pode ser mensurado por um teste padrão. E apesar de que um dia suas horas serão preenchidas com fonética, caligrafia e frações, não estamos preocupados com isso tudo hoje.

Hoje ele tem coisas mais importantes para aprender”.

 

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