Quem tem filho pequeno sabe: por mais que você eduque, converse e ensine a criança a se comportar, eventualmente “aquele dia” acaba acontecendo. Quando você se dá conta, ele já saiu correndo pelo supermercado, derrubou todas as coisas da prateleira e está se jogando no chão do estacionamento. E se não bastasse o seu desespero por não conseguir controlá-lo, ainda é preciso lidar com o julgamento das outras pessoas – como se sair com uma criança fosse a coisa mais fácil do mundo.
Foi o que aconteceu com Aly Brothers, americana de 22 anos que viu uma saída rápida para comprar leite com os filhos se transformar em um episódio difícil. A mãe de dois meninos – Bentley, de 3 anos, e Levi, com 1 ano e 8 meses – já percebeu logo na chegada que os pequenos não estavam no clima para ficar quietinhos. “Meu caçula chorava quase o tempo todo. Ele não queria ficar sentado no carrinho, não queria ficar com o cinto e queria segurar todas as compras no colo. Ele ficou furioso. Jogou o sapato, minha carteira e todos os itens que conseguia segurar. E chorou. E as pessoas encararam”, contou Aly em um desabafo no seu perfil do Facebook.
E no meio desse caos, Bentley ajudou a complicar ainda mais a situação. “Meu menino de três anos queria ser o Super-Homem e ficou em pé no carrinho. Tudo bem. Eu falei para ele se segurar. Ele não se segurou. Ele caiu, se inclinou para trás e bateu nas coisas que estavam nas prateleiras. Ele se inclinou para trás e esbarrou em um estranho. Então eu o fiz descer e andar, e ele andava bem à minha frente abrindo todas as portas da seção de congelados me dizendo todas as coisas que ele queria”, lembrou Aly.
Já percebendo os olhares de reprovação, a mãe ainda tentou contornar o escândalo que os meninos fizeram por causa de uma bexiga, mas a reação das pessoas acabou levando Aly às lágrimas. “As pessoas na fila atrás de mim me encararam, a caixa me encarou. Todos os olhares estavam em mim como se dissessem ‘você não consegue controlar seus próprios filhos’. Um senhor cochichou ‘ela é muito jovem para ter duas crianças’ e eu não aguentei. A caixa deu meu recibo e eu chorei”, desabafou.
É difícil. Os olhares e os cochichos de julgamento são duros. Às vezes eu consigo controlar minhas crianças e às vezes não. Às vezes eles me escutam e às vezes não. Às vezes eu consigo me controlar e às vezes me entrego.
Aly compartilhou sua experiência para lembrar a todos que a empatia é fundamental na vida e que ninguém deveria julgar outros pais pelas birras que as crianças fazem. Afinal, ninguém sabe pelo que a outra família está passando. “Eles não me conhecem. Eles não me conhecem como mãe. Eles não conhecem meus filhos. Eles não sabem que eu era casada quando formei minha família. Eles não sabem que eu deixei um relacionamento abusivo sabendo que seria ainda mais difícil ser mãe solteira”, revelou a americana no post que já conta com mais de 16 mil compartilhamentos de pessoas que, assim como ela, já enfrentaram (ou ainda enfrentam) situações semelhantes – e que são, sim, absolutamente normais!
Veja a publicação completa e, a seguir, a tradução:
“Isso é a maternidade.
Sem filtros bonitos, sem boa iluminação, sem batom novo. É cabelo bagunçado que está molhado de chuva, maquiagem de ontem porque eu estava muito cansada para tirar e lágrimas. Maternidade é DIFÍCIL. Ser mãe solteira é DIFÍCIL. Essas lágrimas começaram no caixa do Giant Eagle quando peguei o recibo e continuaram por todo o caminho de volta para casa. Lágrimas que foram passadas para o meu filho mais velho sentado no banco de trás porque ele não gosta de ver sua mãe chorando. A gente sabe o quanto as crianças amam suas mães.
Veja você, meus dois meninos loiros, de olhos azuis e com rostinho de anjo não foram tão angelicais hoje. Eram 8 horas da manhã e a gente tinha saído para comprar leite. A gente foi até a loja porque, se você conhece meus filhos, sabe que eles não sobrevivem sem leite com chocolate. Mas eles não estavam gostando. Meu caçula chorava quase o tempo todo que a gente estava dentro da loja. Ele não queria ficar sentado no carrinho, não queria usar o cinto e queria segurar todas as compras no colo. Ele ficou furioso. Jogou seu sapato, minha carteira e todos os itens que cabiam no seu colo. E ele chorou. E as pessoas encararam. Estava tudo bem, eu consegui lidar com aquilo. Meu menino de três anos queria ser o Super-Homem e ficou em pé no carrinho. Tudo bem. Eu falei para ele se segurar. Ele não se segurou. Ele caiu, se inclinou para trás e bateu nas coisas que estavam nas prateleiras. Ele se inclinou para trás e esbarrou em um estranho. Então eu o fiz descer e andar, e ele andava bem à minha frente abrindo todas as portas da seção de congelados me dizendo todas as coisas que ele queria. Eu tentei controlar aquilo. Eu parei várias vezes para recompor a mim e as crianças. A senhora que eu fiz parar e que teve que desviar porque eu fui para o lado errado me encarou. Não falou nada, só encarou. Eu tentei lidar com aquilo. Então nós vimos bexigas. Nossa, como meus filhos amam bexigas. Eles queriam as maiores que custavam 8 dólares. Eu cedi. A gente ia comprar uma bexiga e compartilhar. Eles concordaram. Disseram ‘compartilhar’ e sorriram enquanto eu pegava a maior bexiga do Mickey Mouse. Mas enquanto a gente estava pagando eles resolveram não dividir. Eles gritaram, choraram, brigaram. Eu levei a bexiga para outro caixa para ser devolvida e eles choraram mais alto. Meu caçula apertava os botões na máquina de cartão enquanto o mais velho pegava doces. As pessoas na fila atrás de mim me encararam. A caixa me encarou. Todos os olhares estavam em mim como se dissessem ‘você não consegue controlar seus próprios filhos’. Um senhor cochichou ‘ela é muito jovem para ter duas crianças’ e eu não aguentei. A caixa me entregou o recibo e eu chorei. Eles não me conhecem. Eles não me conhecem como mãe. Eles não conhecem meus filhos. Eles não sabem que eu era casada quando formei minha família. Eles não sabem que eu deixei um relacionamento abusivo sabendo que seria ainda mais difícil ser mãe solteira. É difícil. Os olhares e os cochichos de julgamento são duros. Às vezes eu consigo controlar minhas crianças e às vezes não. Às vezes eles me escutam e às vezes não. Às vezes eu consigo me controlar e às vezes me entrego. Eu sei que esses dias vão passar, que as lágrimas vão parar, que as brigam vão terminar e que meus filhos vão crescer. E eu sei que isso vai ser difícil também. Então, se você vir pais enfrentando uma situação difícil, se você vir uma criança fazendo birra, se você vir uma mãe à beira do choro… Por favor, diga alguma coisa boa. Por favor, não olhe julgando. E para todas as mães que estão tendo um dia como o meu… Eu vejo vocês, eu compreendo vocês, eu amo vocês. Vocês são fortes e estão se saindo muito bem”.